Sábado, 11 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 28 de julho de 2015
O juiz da 13 Vara da Justiça Federal do Paraná, Sergio Moro, acolheu na terça-feira denúncia contra o presidente da Odebrecht, Marcelo Bahia Odebrecht, e ex-executivos do grupo por participação em um esquema de corrupção em grandes obras da Petrobras mediante pagamento de suborno a dirigentes da estatal.
Ao todo, todas as 13 pessoas denunciadas pelo Ministério Público Federal passam responder criminalmente por corrupção e lavagem de dinheiro. Segundo a denúncia, os crimes envolveram contratos de 13,1 bilhões de reais em obras de refinarias no Paraná e Pernambuco, no Comperj (Complexo Petroquímico do Rio), e na sede da estatal no ES.
Outro foco de corrupção, segundo a Procuradoria, foi o contrato firmado pela Petrobras para vender, a preços abaixo do valor de mercado, nafta (principal matéria-prima para a indústria de plástico) à Braskem, petroquímica do grupo Odebrecht.
Marcelo e os executivos Rogério Araújo, Márcio Faria, César Rocha e Alexandrino Alencar estão presos desde o dia 19 de junho. Na semana passada, Moro deferiu um novo pedido de prisão preventiva contra o presidente do grupo.
Embora a denúncia afirme que licitações foram supostamente montadas e dirigidas para favorecer o conglomerado, a ação penal vai discutir unicamente acusações de pagamentos ilegais a servidores da estatal e em atos de lavagem de dinheiro. Formação de cartel e fraude em licitações devem ser objeto de outra denúncia.
Segundo a denúncia, a Odebrecht realizou pagamentos, por meio de empresas offshores, em contas secretas dos ex-diretores Paulo Roberto Costa e Renato Duque e do ex-gerente de Serviços Pedro Barusco na Suíça. As provas da ligação da Odebrecht, segundo a Procuradoria, vieram de uma investigação das autoridades suíças, que quebraram os sigilos bancários das contas e identificaram ao menos oito offshores, cinco delas tendo a própria Odebrecht como controladora, por onde circularam 316 milhões de dólares entre 2006 e 2014.