Sábado, 11 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 5 de maio de 2015
O juiz afastado do caso Eike Batista, Flávio Roberto de Souza, afirmou que a decisão do seu substituto, o magistrado Vitor Valpuesta, de desbloquear os bens do empresário, foi um ato “covarde” e “suspeito”. O Tribunal Regional Federal informou que Valpuesta não vai se manifestar, mas garante que há “proteção contra qualquer interferência externa no julgamento dos processos judiciais”. Já a defesa de Eike destacou que as declarações de Souza mostram que ele nunca teve condições de ser juiz.
Souza acusou ainda o suplente de ser inexperiente e disse que a decisão o fez “acreditar menos ainda na Justiça”. A decisão de Valpuesta determinou a devolução de bens de Eike como carros importados – inclusive o Porsche onde Flávio foi flagrado dirigindo –, além de cerca de 130 mil reais em dinheiro.
Souza afirmou que Valpuesta demonstrou medo ao saber da possibilidade de o processo de Eike Batista cair em suas mãos. “É colocado um processo na mão de um juiz sem experiência, que acabou de entrar na magistratura. Eu falava que o processo deveria cair para ele [antes de seu afastamento]. Ele falava para mim, sempre, que jamais se sentiria em condições de julgar esse tipo de processo. Para mim é suspeito. Das duas uma, ou ele não sabe o que está fazendo ou está fazendo o que os advogados [de Eike Batista] querem”, disparou Sousa.
A defesa de Eike disse que a manifestação de Souza é descabida. “Ele não é parte do processo. Ele deveria se preocupar em defender a ação penal a que responde. Essas declarações dele só demonstram que ele nunca teve condições de ser juiz”, disse Rafael Mattos, um dos advogados do empresário. (AG)