Por volta do meio-dia de quarta-feira, o juiz Itagiba Catta Preta Neto, da 4 Vara Federal, apagou a sua conta pessoal no Facebook. Poucos minutos depois, usuários da rede social começaram a reproduzir cópias de postagens da página do magistrado, em que ele criticava o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e manifestava apoio aos protestos contra o governo federal e o PT.
Em uma das mensagens, o juiz aparece em uma fotografia tipo “selfie”, ao lado do filho, vestido com a camisa da Seleção Brasileira e vários adesivos alusivos ao senador e ex-candidato tucano Aécio Neves (MG), durante passeata promovida pelo movimento Vem Pra Rua.
Essa não foi a primeira vez em que o juiz de Brasília ganha notoriedade nacional por conta de uma decisão. Em 2010, Catta Preta condenou a Caixa Econômica Federal a pagar indenização de 500 mil reais ao caseiro Francenildo dos Santos Costa, que tivera o sigilo bancário violado quatro anos antes, ao testemunhado contra o então ministro petista Antonio Palocci, acusando-o de levar lobistas e garotas de programa para a residência em que trabalhava.
De acordo com Francenildo, durante as reuniões na casa, Palocci era chamado de “chefe” pelos frequentadores, muitos deles ex-assessores dos tempos em que o então ministro havia sido prefeito de Ribeirão Preto (SP). No depoimento à Polícia Federal, o caseiro descrevia a divisão de dinheiro que era feita no local. (AG)