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Política Juíza americana avalia medidas para o presidente do partido de Bolsonaro prestar depoimento nos Estados Unidos em processo contra ex-mulher

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Presidente do PL processa a ex-mulher Maria Christina Mendes Caldeira por calúnia e difamação em Corte dos Estados Unidos. (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

A Justiça americana avalia os meios legais para que o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, testemunhe presencialmente na Flórida em um processo que ele move contra a ex-mulher, Maria Christina Mendes Caldeira, por calúnia e difamação na Corte dos Estados Unidos. Em julgamento virtual, a juíza Valerie Manno Schurr se irritou com interrupções da defesa do cacique do PL, durante o depoimento de Maria Christina. “Sou a juíza do caso e decido quais as dúvidas que tenho”, rebateu a magistrada.

Valdemar Costa Neto move um processo por calúnia e difamação contra Maria Christina após a ex-mulher afirmar em entrevistas e publicações nas redes sociais que o dirigente partidário era condenado por corrupção, lavagem de dinheiro e violência doméstica. A defesa dele nega as acusações.

O principal questionamento da magistrada americana durante o julgamento foi o motivo de Valdemar processar Maria Christina na Justiça dos Estados Unidos por declarações que versam sobre casos em andamento no Brasil. A defesa dele diz que a ex-mulher do presidente do PL, que diz trabalhar como motorista de aplicativo e freelancer em uma agência de turismo no sul da Flórida, estaria “gravando vídeos por toda Miami” com as supostas acusações.

Após a defesa de Valdemar interromper seguidas vezes o depoimento de Maria Christina, afirmando que as declarações dela eram irrelevantes, a magistrada reagiu, visivelmente irritada: “Há muitas interrupções. Deixe ela seguir”. Em outro trecho da sessão, que durou cerca de duas horas, Valeria Schurr questionou por que Valdemar não estava prestando depoimento presencialmente: “Como ele não vai vir para o julgamento? Ele tem que estar aqui”.

Ao ser perguntada sobre a origem das informações contidas nas entrevistas e publicações contra Valdemar, a ex-mulher disse que testemunhou alguns casos e que parte das imputações eram públicas e oriundas de condenações do presidente do PL na Justiça brasileira. “Ele foi condenado. Eu testemunhei. Ele foi para a prisão por isso”, disse Maria Christina.

A advogada Talitha Camargo da Fonseca, que integra a defesa de Maria Christina, diz que ela vai comprovar todas as acusações e declarações emitidas e que a cliente passa por violência desde que se separou de Valdemar.

“Ela sofreu violência doméstica, do tipo física e psicológica. A partir do momento que ela se separa, ela passa a sofrer a violência patrimonial porque cada processo que ele entra lá tem que pagar advogado para se defender”, afirmou.

O dirigente partidário foi preso em flagrante em fevereiro deste ano, durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão pela Polícia Federal no apartamento dele e na sede do PL, em Brasília. Na casa do ex-deputado, os policiais encontraram uma arma de fogo, mas ele não tinha autorização de posse, o que resultou em sua detenção.

A defesa do dirigente partidário alegou que a arma estava esquecida há anos no apartamento e pertenceria a um “parente próximo” dele, cujo nome não foi revelado. O armamento teria registro e todos os documentos em dia, sustenta a defesa.

Ao libertar o ex-deputado condenado no caso do mensalão, Alexandre de Moraes citou o fato de ele ter idade avançada (74 anos) e não ter usado de violência em seus supostos crimes. Há também um parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) apoiando a soltura. No entanto, para permanecer em liberdade, o dirigente partidário deverá cumprir algumas medidas cautelares, como não se ausentar do País.

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