A juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, foi assassinada a facadas na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, no início da noite de quinta-feira (24), véspera do Natal.
Segundo a polícia, o autor do crime é o ex-marido dela, o engenheiro Paulo José Arronenzi, que foi preso. A juíza foi esfaqueada na avenida Rachel de Queiroz, na frente das três filhas do casal.
O assassinato foi registrado em um vídeo que circula nas redes sociais e é investigado pela polícia. Na gravação, as meninas pedem desesperadamente para o criminoso parar de golpear a juíza.
Em setembro, Viviane fez um registro de lesão corporal e ameaça contra o ex-marido, que foi enquadrado na Lei Maria da Penha. Ela chegou a ter escolta, mas pediu para retirá-la posteriormente.
Entidades jurídicas manifestaram pesar pela morte. Em comunicado, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro afirmou que “lamenta profundamente a morte da juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, vítima de feminicídio na Barra da Tijuca nesta quinta-feira”.
Na delegacia, o assassino ficou calado. A juíza não foi a única mulher a denunciar o engenheiro para a polícia. Em 2007, uma ex-namorada dele registrou ocorrência policial porque estaria sendo importunada pelo criminoso, que não aceitava o fim do relacionamento.
Preventiva
A Justiça converteu em preventiva a prisão em flagrante do engenheiro Paulo José Arronenzi, de 52 anos, acusado do assassinato da ex-mulher, a juíza Viviane Arronenzi, na presença das três filhas do casal. A audiência de custódia terminou às 15h07 desta sexta-feira (25). A decisão é da juíza Monique Brandão.
Paulo Arronenzi já está na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, zona norte do Rio, entrada dos presos no sistema penitenciário. Depois de uma triagem, o réu será encaminhado a um presídio do Estado, onde ficará à disposição da Justiça, aguardando julgamento.
Defensoria lamenta
Em nota, a Defensoria Pública do Rio de Janeiro também manifestou pesar pela morte da juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi. “Infelizmente, é mais um caso de violência contra a mulher, uma chaga social que atinge todas as esferas da nossa sociedade, sem escolher origem, classe ou posição social. Nós, da Defensoria, nos unimos à dor dos entes queridos que agora choram esta perda irreparável. Lamentamos profundamente que notícias de feminicídio sejam pauta frequente no Brasil, mesmo em dias que deveriam ser apenas de celebração à vida.”
A nota acrescenta que a Defensoria Pública está à disposição de todas as mulheres que se sentem ameaçadas.
“Ao Judiciário fluminense, fica o registro de toda nossa solidariedade pela perda da magistrada que tão bem honrou a função que exercia. Perde o Judiciário; perde a sociedade; perde, sobretudo, a família”, conclui o texto.