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Por Redação O Sul | 13 de junho de 2015
Para otimizar o tempo dos juízes e acelerar a busca de um lar para uma criança, o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) lançou um novo sistema do Cadastro Nacional da Adoção. Isso evita que um juiz sobrecarregado de processos precise clicar em cada Estado para “caçar” um pai interessado na adoção. Ou que o juiz deva preencher um batalhão de perguntas pela internet. Agora, o total de perguntas sobre as crianças aptas à adoção e de pretendentes a pais diminuiu de 37 para 12.
“Tiramos perguntas que não eram tão necessárias. Quando o juiz concluir o processo da criança, agora não gastará mais do que cinco minutos para preencher o cadastro”, garante Nancy Andrighi, corregedora do CNJ.
Ao terminar a inscrição, uma novidade: caso haja no sistema um candidato ou uma criança no perfil da ficha que acabou de ser elaborada, o sistema emite um alerta, por e-mail, aos juízes das duas cidades que separam os futuros pais e filho.
A principal vantagem é unificar os cadastros entre os Estados. “O juiz do Maranhão vai saber na hora que um casal de Santa Catarina está interessado naquela criança. Antes ele tinha que ficar horas e horas procurando em cada Estado no sistema”, afirma Nancy.
O aperfeiçoamento do cadastro busca diminuir o abismo na fila da adoção. O número de interessados supera o de crianças: a proporção é de seis candidatos para cada um dos 5.633 aptos à adoção. O que explica o abismo são as preferências – a maioria dos 33 mil pretendentes deseja crianças pequenas, brancas e sem irmãos. Já o perfil típico da criança é com a pele parda.
Apesar das diferenças, nos últimos quatro anos candidatos à adoção têm sido mais flexíveis em relação ao perfil das crianças.
Hoje, 47% dos pretendentes são indiferentes à cor, ante 29% em 2010, segundo dados do CNJ. Ainda assim, 78,5% não querem adotar irmãos e são menos de 1% aqueles que aceitam crianças com mais de 9 anos. (Folhapress)