Sexta-feira, 27 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 29 de agosto de 2019
Os últimos acontecimentos pesados na vida de Maria da Paz, em “A Dona do Pedaço”, não tiraram o sorriso de Juliana Paes. Pelo contrário. A intérprete da boleira da novela das nove da TV Globo vem sendo acolhida pelo público, tão encantado pela simpatia da personagem quanto solidário ao seu sofrimento, principalmente, pela traição da filha, Josiane (Agatha Moreira).
“Está uma loucura! Estou me sentindo gratificada. As pessoas vêm falar da emoção: ‘Chorei com aquela cena’, ‘Como você me tocou ao passar a emoção de uma mãe desapontada’… Esse retorno é importante e gostoso de sentir. Sou muito entregue, não tenho medo de me jogar, de ficar descabelada, feia, estranha… Quero passar emoção para as pessoas”, afirma ela, que vê no alcance da personagem uma porta para um debate:
“A gente quer promover essa reflexão: até que ponto o comportamento de Josiane é uma doença, até que ponto Maria da Paz é boba, burra, ingênua… Será que não existe lugar no mundo para as pessoas puras de coração? Conheço muita gente assim. Essa pureza de Maria da Paz, às vezes, pode incomodar, mas o desejo que as pessoas têm de ela dar uma lição na filha só comprova mais uma vez o quanto o público gosta da minha personagem.”
Mesmo com uma bagagem de tipos diversos, Juliana não esconde que vem sentido um desgaste emocional com as tragédias na vida da boleira.
“Eu já fiz outros papéis com carga dramática. Mas confesso que o cansaço emocional, pela primeira vez, tomou conta de mim desta vez. Gravamos em uma semana só aquelas sequências dela sendo expulsa da fábrica, de casa, da descoberta do caráter de Josiane, e me peguei em alguns momentos, fora de cena, angustiada, com dificuldade para dormir, vontade de chorar à toa. Fiquei surpresa, nunca senti isso antes”, conta. “Eu me senti misturada com Maria da Paz.”
Mãe de Pedro, de 8 anos, e Antônio, de 5, Juliana diz que “essa temática de filho” toca muito seu emocional. E se já era próxima com os meninos, agora, ficou ainda mais. Mesmo quando chega em casa e os encontra dormindo. “Nunca conversei tanto com meus filhos durante o sono deles. Ouvi dizer que as crianças escutam tudo o que você fala quando estão dormindo. Chego em casa, pego os dois deitados e fico: ‘Filhos, mamãe ama tanto vocês’… Eles estão dormindo, mas eu estou falando” (risos).