Sábado, 21 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 1 de abril de 2023
A juíza Lourdes Pacheco leu a sentença na madrugada deste sábado
Foto: Juliano Verardi/TJRSA juíza Lourdes Helena Pacheco da Silva anunciou, na madrugada desse sábado (1°), o resultado do júri dos três homens acusados de atacar um grupo de jovens judeus, em Porto Alegre, em 2005.
Após quatro dias de trabalhos, o Conselho de Sentença considerou que os réus Valmir Dias da Silva Machado Júnior e Israel Andriotti da Silva são inocentes, e Leandro Maurício Patino Braun, culpado. Ele foi condenado a 12 anos, 8 meses e 13 dias de prisão em regime fechado. A magistrada decretou a prisão do réu, que não poderá recorrer em liberdade.
No caso de Valmir e Israel, o Conselho de Sentença acolheu a tese das defesas de negativa de autoria. Já Leandro foi condenado por tentativa de homicídio duplamente qualificado (motivo torpe e recurso que dificultou a defesa do ofendido) de Rodrigo Fontella Matheus, tendo sido afastado o meio cruel.
Caso
Segundo a acusação, na madrugada de 8 de maio de 2005, Rodrigo Fontella Matheus, Edson Nieves Santanna Júnior e Alan Floyd Gipsztejn caminhavam pela esquina das ruas Lima e Silva e República, no bairro Cidade Baixa, quando foram atacados por um grupo de skinheads, de ideologia neonazista.
As vítimas usavam quipás (pequeno chapéu em forma de circunferência, utilizado pelos judeus). Os agressores estavam dentro do bar Pinguim quando avistaram os rapazes em frente ao estabelecimento.
Rodrigo foi golpeado com arma branca, socos e pontapés. O crime só não se consumou porque a vítima contou com a intervenção de terceiros que estavam no local, bem como com pronto-atendimento médico. O jovem ficou hospitalizado.
Edson também foi atacado pelo grupo com golpes de arma branca, mas conseguiu escapar e buscar abrigo dentro do bar. Alan também foi agredido, mas conseguiu fugir para o interior de outro estabelecimento.
Julgamento
O julgamento começou na última terça-feira (28), no plenário dos grandes júris do Foro Central I da Capital. Foram ouvidas 11 testemunhas (cinco arroladas pela assistência à acusação e seis pelas defesas), as três vítimas (sendo duas por videoconferência) e interrogados dois réus. Leandro não compareceu ao júri.
Anteriormente, outros réus já haviam sido condenados por envolvimento no caso. São eles: