Ícone do site Jornal O Sul

Juros altos requerem cautela na concessão de crédito, afirma o Banco Central

Os bancos mantêm voluntariamente, em geral, capital e liquidez em níveis superiores aos requerimentos prudenciais. (Foto: Reprodução)

O Comef (Comitê de Estabilidade Financeira) do BC (Banco Central) divulgou uma nota técnica na qual afirma que o cenário atual exige cautela e diligência adicionais na concessão de crédito.

“Na visão do Comitê, o cenário, caracterizado por elevação da taxa básica de juros e pelos níveis atuais de inadimplência, comprometimento de renda e endividamento das famílias, bem como pelo endividamento das empresas, requer cautela e diligência adicionais na concessão de crédito, tanto na qualidade dos empréstimos quanto no apetite ao risco”, diz o texto divulgado na quarta-feira (19).

Apesar da necessidade de cautela, o Comitê considera que o SFN (Sistema Financeiro Nacional) está preparado para enfrentar a materialização de risco de crédito. Na avaliação do Comef, a materialização continua ocorrendo nas operações com micro, pequenas e médias empresas e no crédito rural a pessoas físicas.

Diante do cenário, o comitê  decidiu manter o valor do ACCPBrasil (Adicional Contracíclico de Capital Principal relativo ao Brasil) em 0%. De acordo com o Comef, os bancos mantêm voluntariamente, em geral, capital e liquidez em níveis superiores aos requerimentos prudenciais.

“O Comef recomenda que as entidades supervisionadas persistam com a política de gestão prudente de capital e de liquidez em virtude das incertezas econômicas e da conjuntura”, afirma a nota.

Segundo Comitê, a Pesquisa Trimestral de Condições de Crédito aponta prospectivamente para uma deterioração das condições de oferta de crédito e menor tolerância ao risco por parte das instituições financeiras.

“O Comef acompanha as condições financeiras internacionais, com atenção particular para as consequências da trajetória das políticas monetária e fiscal das economias avançadas, do reposicionamento das políticas comerciais, dos movimentos de reprecificação de ativos financeiros globais e dos eventos geopolíticos”, afirma o Comitê.

Sair da versão mobile