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Juros para empréstimo imobiliário subiram em todos os bancos

Raul Moreira, vice-presidente de Negócios de Varejo do Banco do Brasil. (Foto: Reprodução)

Os grandes bancos privados restringiram a oferta de crédito imobiliário, acompanhando o movimento iniciado pela Caixa Econômica Federal, que tenta driblar a falta de recursos na poupança. Além de elevar os juros mínimos cobrados no segmento, que já começam a valer neste mês, passaram a exigir um maior valor de entrada para financiar a compra da casa própria.

O espanhol Santander anunciou que o limite do crédito cobrirá no máximo 70% do valor dos imóveis. O teto anterior, de até de 80%, foi mantido apenas para os clientes de alta renda, os chamados Select. Os juros passaram a ser no mínimo de 10,1% ao ano ante taxa de 9,1% ao ano.

Quem também passou a exigir uma maior entrada foi o Itaú Unibanco, que agora financia somente 70% e não mais 80% do valor de avaliação do imóvel residencial, segundo fonte com conhecimento no assunto. O endurecimento nas condições de crédito imobiliário, até então visto como um dos motores para o crescimento das carteiras, por parte dos bancos privados, reflete o momento de crise que o setor atravessa.

Caixa Econômica Federal

Mas a situação mais crítica está na Caixa Econômica Federal. Além de ter restringido os empréstimos para a compra da casa própria, financiando no máximo metade do valor no caso de imóveis usados, aumentou os juros por duas vezes. De janeiro a março, o volume de crédito imobiliário contratado na Caixa Econômica Federal ficou no mesmo patamar, estacionado.

Além da Caixa, o Banco do Brasil e o Banrisul, que passou a exigir uma maior entrada, já haviam elevado os juros do crédito imobiliário. Um ponto fora da curva por ter entrado mais tardiamente neste setor, o Banco do Brasil anunciou mudanças, mas para facilitar a contratação. A instituição financia até 80% do valor do imóvel. “A poupança é um ponto de atenção, não de restrição no caso do Banco do Brasil. Temos demanda reprimida na base de clientes, pois não trabalhávamos com imobiliário”, explicou Raul Moreira, vice-presidente de Negócios de Varejo do Banco do Brasil.

Para evitar uma deterioração mais intensa, bancos e construtoras apelam ao governo federal por medidas de estímulo ao setor como, por exemplo, a liberação de parte do compulsório e ainda dos recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço aos bancos que ainda não têm acesso. (AE)

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