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Justiça aceita denúncia e dentista catarinense agora é ré acusada pela morte do namorado

Dentista alega que não planejou o crime e que golpeou o homem em legítima defesa. (Foto: Reprodução)

A Justiça de Santa Catarina aceitou a denúncia contra a dentista Jaqueline Amboni, de 33 anos, pela morte do então namorado dela, Valcionir da Rosa, de 26, em Forquilhinha, no Sul do Estado. O crime ocorreu na noite de 7 de dezembro de 2015, mas só veio à tona em abril deste ano, quando foram encontrados restos mortais da vítima. Ela alega legítima defesa.

Jaqueline foi denunciada por homicídio qualificado por motivo fútil e ocultação de cadáver. O pai da dentista, Ademir Amboni, afirmou em depoimento à polícia que a ajudou a enterrar o corpo em uma jazida de areia na cidade de Araranguá. A Justiça também aceitou a denúncia contra ele, por ocultação de cadáver.

Os dois respondem em liberdade. No caso de condenação por homicídio qualificado, a pena pode variar de 12 a 30 anos de prisão. Já o crime de ocultação de cadáver prevê pena de até três anos. De acordo com a promotora Juliana Ramthun Frasson, há indícios de que a dentista premeditou o crime. “No dia anterior ao crime, em que ela começou a mandar mensagens para a família dele [Valcionir] se passando pela vítima, eles tiveram uma discussão bem grande por ciúmes em relação ao ex-marido dela”, disse a promotora. “A gente entendeu que, por conta daquele motivo, ela quis se vingar.”

Em depoimento à polícia gravado em vídeo, Jaqueline deu sua versão para a morte de “Ele me bateu e pegou nos óculos, e aí machucou a mão dele. No que ele foi olhar a mão, eu dei um chute no meio da perna dele, saí correndo, fui na cozinha pegar uma faca e fui me trancar para dentro do quarto. Só que é tudo muito perto, não deu tempo de chegar no quarto, ele já estava atrás de mim”, relatou em depoimento à polícia.

“Ele ligou a televisão e colocou num canal pornográfico. E ali eu fiquei num canto, encolhida. Daí ele assim: ‘agora é a nossa vez!’, e pegou e veio pra cima de mim”, continuou. A dentista disse que Valcionir batia nela com frequência. Jaqueline já tinha prestado queixa à polícia e, naquela noite, disse que resolveu se defender.

“Aí ele veio, daí eu dei umas facadas nele. Ele, mesmo esfaqueado, veio para cima de mim. E aí eu dei mais algumas, não sei quantas, e aí ele ficou caído ali entre a porta do banheiro e o meu quarto.”

A polícia trabalha com outra hipótese, de que ela drogou o namorado e só então cometeu o homicídio. “A motivação dela foi o medo, as ameaças que ela sofria do Valcionir. Ela acabou se envolvendo numa situação que ela não conseguia sair mais, ela achou uma forma, que na mentalidade dela era mais fácil: ‘vou matar ele’. Ela já vinha premeditando o crime desde o meio-dia. Ela já estava mandando mensagem dizendo que ia embora para o Rio Grande do Sul e que não era para procurá-lo”, disse o delegado Eduardo de Mendonça. (AG)

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