A Justiça argentina investiga se houve negligência na morte do ídolo Diego Maradona. Os procuradores buscam determinar se o ex-craque recebeu os cuidados necessários e quais foram as circunstâncias das suas últimas horas de vida.
“Já existem irregularidades”, revelou à agência de notícias AFP uma pessoa próxima à família do ex-jogador na sexta-feira (27). Poucas horas depois da morte, Matías Morla, advogado e amigo de Maradona, denunciou que “a ambulância demorou mais de meia hora para chegar à casa onde estava o [camisa] 10”. Por isso, ele avisou que irá “até o fim” para esclarecer o ocorrido.
Mas nem Morla nem o parente do ídolo argentino foram à Justiça em busca de esclarecimentos até agora. “A investigação foi iniciada porque é uma pessoa que faleceu em casa e ninguém assinou a certidão de óbito. Não quer dizer que haja suspeitas de irregularidades, mas é isso que está sendo apurado”, disse uma fonte da Justiça, que pediu anonimato.
O campeão da Copa do Mundo de 1986, no México, morreu na quarta-feira (25) aos 60 anos devido a um edema agudo de pulmão e insuficiência cardíaca crônica. Maradona estava em casa, em um condomínio na cidade de Tigre, onde residia desde 11 de novembro, após ter recebido alta depois de realizar uma cirurgia no cérebro.
O caso aberto pela Procuradoria-Geral da República de San Isidro intitula-se “Maradona, Diego. Investigação da causa da morte”. “Temos que ver se cumpriram com seu dever ou se houve um relaxamento. A enfermeira [ que estava de plantão quando se constatou que o ídolo estava morto] relatou algo quando o procurador apareceu no dia da morte de Diego, posteriormente ampliou seu depoimento e, no final, foi à televisão dizer que lhe forçaram a falar. Então, há alguma contradição em seu depoimento”, explicou um parente de Maradona.
A Procuradoria aguarda o resultado dos testes toxicológicos no corpo de Maradona. O velório do astro reuniu milhares de pessoas na Casa Rosada.