A Justiça fluminense concedeu liberdade condicional ao ex-goleiro Bruno Fernandes das Dores de Souza. A defesa tinha entrado com o pedido em abril do ano passado. Na última quinta-feira (12), a juíza Ana Paula Abreu Filgueiras, da Vara de Execuções Penais, concedeu a progressão do regime.
Na decisão, a magistrada afirmou que “não há qualquer óbice [obstáculo] concreto à concessão do livramento condicional ao apenado, na medida em que ele preenche o requisito objetivo necessário desde abril de 2022, conforme cálculo do atestado de pena atualizado”.
“O apenado [Bruno] desempenhou atividades laborativas após a concessão da progressão de regime e cumpriu regularmente as condições da prisão domiciliar”, continuou.
De acordo com a decisão, o jogador precisa comparecer a cada três meses na Secretaria de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro. Segundo a juíza, não há nenhuma motivo que impeça a o benefício ao ex-goleiro. A liberdade condicional é a última etapa antes da finalização da pena do réu.
O Ministério Público havia se manifestado pelo indeferimento da liberdade condicional.
Condenação
Bruno foi condenado a mais de 20 anos de prisão por participação na morte da modelo Eliza Samudio, em 2010. Ele cumpria pena em regime semiaberto domiciliar desde 2019. Atualmente, ele tem uma loja de açaí em São Pedro da Aldeia, na Região dos Lagos.
Eliza Samúdio era amante do goleiro e foi morta em Vespasiano, em Minas Gerais, depois de ter sido levada à força do Rio de Janeiro, onde morava, para o sítio do ex-jogador em Esmeralda, no estado mineiro. Na ocasião, Eliza buscava de Bruno o reconhecimento de paternidade do filho, Bruninho, comprovada posteriormente ao seu assassinato.
O ex-goleiro, à época titular do Flamengo, confessou ter sido o mandante do crime. O corpo de Eliza nunca foi encontrado. A criança encontra-se com os avós maternos.
Polêmicas
Logo após o resultado das eleições presidenciais de 2022, o goleiro chamou atenção ao dizer que estava em luto pela derrota de Jair Bolsonaro (PL) para Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Luto. Luto pela minha vida, pela minha família, pela minha nação. Obrigado, presidente Jair Bolsonaro, por me fazer ter orgulho de ser brasileiro”, disse à época.
Também no ano passado, a contratação de Bruno por um time de Búzios (RJ) causou polêmica na região. Ele acabou demitido dois dias depois de seu anúncio.