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A Justiça condenou o Facebook e o Google a pagarem 18 mil reais a uma jovem que teve as suas fotos usadas em um perfil falso na internet

Facebook é uma das empresas afetadas pela decisão. (Foto: Reprodução)

A Justiça do Acre determinou que o Facebook e o Google excluam da rede social uma página falsa que usa as fotos de uma jovem da cidade de Feijó, interior do estado, sem a permissão dela.

Além disso, as empresas vão ter que pagar uma indenização de R$ 18 mil à moça por danos morais. A decisão também fixou uma multa de R$ 1 mil por dia, caso as duas empresas não cumpram as medidas.

Além da retirada do perfil falso, o juiz Alex Ferreira Oivane, titular do Juizado Cível da Comarca de Feijó, sentenciou a entrega de e-mail, endereço IP, nome, data de nascimento e número do telefone da pessoa responsável pela página.

Login de acesso, lista de amigos adicionados, mensagens trocadas com outros usuários e outras informações também devem ser repassadas à Justiça.

O magistrado lembra na decisão que o Marco Civil da Internet no Brasil permite que o Judiciário requeira informações sobre perfis criados na rede social.

Ele afirma que a prática, em alguns casos, pode servir de prova a processos.

“A veiculação das fotos da autora, sem sua autorização, com o intuito de prejudicá-la poderá gerar responsabilização civil e penal de quem o fez. Diante desse contexto, para que sejam apurados todos os fatos para possível condenação, se faz necessário a identificação de quem produziu/criou o perfil para assim ocorrer a identificação da pessoa responsável”, completa Oivane.

O juiz afirma que o Facebook tem legitimidade passiva no caso porque ao atuar no Brasil a empresa está sujeita à Lei nº 12.965/2014 – que estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da internet no País – e pertence a grupo econômico que atua e oferece serviços no campo digital. Ele destacou ainda que, nesse caso, o uso de fotos sem permissão configura falsidade ideológica.

Campanha antirrefugiados

O caso não é o único processo envolvendo ambas as empresas, Facebook e Google. Uma campanha publicitária criticando a vinda de refugiados para os Estados Unidos teria sido promovida por trabalhadores do Facebook e do Google durante as eleições norte-americanas. Os vídeos mostravam a Mona Lisa coberta com uma burca e crianças francesas a treinar para lutar pelo califado para desenvolver um medo da vinda de mais imigrantes e refugiados para o país. A informação foi divugada nesta quarta-feira, numa investigação da Bloomberg.

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