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Justiça dá mais 90 dias para polícia investigar Fábio Marçal por tentativa de homicídio

Por volta de 16h, a conta no Instagram não podia mais ser acessada. (Foto: Reprodução)

A Polícia Civil terá mais 90 dias para investigar o pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, (PRTB), por tentativa de homicídio privilegiado. Alvo de um inquérito policial, Marçal é investigador por liderar um grupo de pessoas durante escalada ao Pico dos Marins sem as condições adequadas, em 2022. A Polícia de São Paulo relatou o inquérito ao Ministério Público, que requisitou novas diligências. Diante disso, a Justiça concedeu um novo prazo de mais 90 dias para aprofundar as investigações.

A suspeita é de que o grupo de 32 pessoas estivesse sem equipamentos adequados para subir o pico, cujo cume está a 2.421 metros do nível do mar, durante um forte vendaval. O Pico dos Marins fica na Serra da Mantiqueira, na fronteira dos estados de Minas Gerais e São Paulo.

O caso é investigado desde aquele ano pela Polícia Civil de Piquete, cidade do interior de São Paulo. Com o novo prazo, o inquérito deverá ser concluído próximo ao primeiro turno das eleições municipais de 2024, que ocorrem no dia 6 de outubro.

Durante a escalada, parte do grupo passou mal e a excursão precisou ser resgatada pelo Corpo de Bombeiros. O pré-candidato, que à época era coach, cobrava R$ 3 mil pelo treinamento na montanha.

Ele passou a ser investigado por tentativa de homicídio privilegiado, quando a prática do ato é atenuada por ter sido cometido sob fortes emoções. Em dezembro de 2022, um primeiro inquérito policial sobre o caso não conseguiu averiguar a responsabilidade de Marçal na ocorrência, mas seu resultado foi questionado pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP), por ter sido, segundo a decisão, uma investigação prematura e ineficaz.

O pré-candidato está proibido pela Justiça de realizar qualquer atividade em montanhas, picos, rios, lagos, mares, ou em locais correlatos que envolva a si ou outras pessoas sem autorização da Polícia Militar.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública afirmou que “o inquérito policial foi relatado ao Poder Judiciário, que requisitou novas diligências, em andamento pela unidade policial. Mais detalhes serão preservados para garantir a autonomia do trabalho policial”.  A assessoria de Marçal ainda não se manifestou.  As informações são do O Globo.

Quem é

Pablo Marçal é coach e influenciador digital. Marçal ganhou notoriedade ao se lançar candidato à presidência da República pelo PROS (Partido Republicano da Ordem Social). Na ocasião, ele declarou ter um patrimônio de quase R$ 88 milhões à Justiça Eleitoral. Ele foi alvo de uma ação da Polícia Federal em uma operação que investiga a ocorrência de crimes eleitorais, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro nas eleições de 2022.

Marçal sinalizava a intenção de disputar uma vaga na Câmara dos Deputados, mas o partido oficializou o seu nome ao Palácio do Planalto. A candidatura, porém, foi retirada pelo partido. Ele decidiu apoiar o então candidato Jair Bolsonaro.

Sem a candidatura para presidência, o coach tentou uma vaga na Câmara dos Deputados, mas o TSE acabou suspendendo o ato. Pablo Marçal já foi condenado a remover publicações em suas redes sociais associando o PT à distribuição de um suposto “kit gay” nas escolas.

Ele acabou se afastando da política e voltou a se dedicar ao coaching. Em janeiro levou l60 pessoas para subir o Pico dos Marins, no interior de São Paulo, sob péssimas condições climáticas. O grupo, no entanto, se perdeu no local, a 2.400 metros de altitude. Foi quando ele ganhou o apelido de coach messiânico.

Marçal teve seu nome novamente citado após um técnico de audiovisual morrer depois de sofrer uma descarga elétrica e cair de uma altura de quase três metros em um dos estúdios do coach. O caso ocorreu poucos dias após uma pessoa morrer durante uma maratona de rua realizada pelo grupo empresarial comandado por Marçal, em São Paulo.

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