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Justiça determina prisão de Adriana Ancelmo, mulher de Sérgio Cabral

A mulher do ex-governador, Adriana Ancelmo, é suspeita de lavagem de dinheiro. (Foto: Reprodução)

O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, determinou na tarde desta terça-feira (6) a prisão de Adriana Ancelmo, mulher do ex-governador Sérgio Cabral. A decisão saiu após ele aceitar a denúncia da Operação Calicute do Ministério Público Federal.

“A requerida, advogada de grande prestígio no meio forense, não está sendo investigada pela prática de atos que ela teria cometido no exercício de função pública, e sim por participar de uma grande Organização Criminosa que, como apontam as investigações, teria se instalado na sede do Governo do Estado do Rio de Janeiro, a partir do então Governador do Estado Sérgio Cabral, seu marido”, diz o juiz, em sua decisão.

A Polícia Federal concluiu no dia (30) o inquérito policial relativo à 1º fase da Operação Calicute. As investigações resultaram em 16 pessoas indiciadas pelos Delegados Federais que conduziram o procedimento por crimes que vão de corrupção passiva e ativa, organização criminosa a lavagem de dinheiro. Serão instaurados ainda outros inquéritos policiais para aprofundamento de novas vertentes da investigação. Entre os indiciados pela PF estavam Cabral e a mulher dele, Adriana Ancelmo.

A mulher do ex-governador, Adriana Ancelmo, é suspeita de lavagem de dinheiro e de ser beneficiária do esquema criminoso do grupo ligado ao marido. Ela foi alvo de mandado de condução coercitiva no mesmo dia em que o marido foi preso e chegou a ter a prisão temporária pedida pelo MPF, mas, na ocasião o pedido foi negado por Bretas, para quem que a eventual participação dela no esquema não justificaria a medida.

O esquema

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), Cabral cobrava propina das empreiteiras para que estas fechassem contratos com o governo do estado. As construtoras, por sua vez, se consorciavam para fraudar as licitações e sabiam previamente quem iria ganhar as concorrências.

Os investigadores dizem que 5% do valor de cada contrato ia para Cabral e 1% para a Secretaria Estadual de Obras – percentual conhecido como “taxa de oxigênio”. Cabral recebia das empreiteiras “mesadas” entre R$ 200 mil e R$ 500 mil. De acordo com as investigações, o ex-governador chefiava uma organização criminosa e tinha como principais operadores os ex-secretários estaduais de Obras, Hudson Braga, e de Governo, Wilson Carlos Carvalho, também presos.

O esquema criminoso teria desviado R$ 220 milhões, segundo estimativa dos investigadores. Eles acreditam que mais empresas possam estar envolvidas no esquema. O dinheiro das propinas teria sido lavado em contratos falsos de consultorias e na compra de bens de luxo, como joias, vestidos de festa, obras de arte, um helicóptero e uma lancha avaliada em R$ 5 milhões. (AG)

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