Sábado, 15 de março de 2025
Por Redação O Sul | 14 de março de 2025
A Justiça do Paraná revogou a liminar que havia concedido prisão domiciliar ao bolsonarista e ex-policial Jorge Guaranho, condenado a 20 anos de prisão pelo assassinato do tesoureiro do PT e guarda municipal Marcelo Arruda, cometido em 2022 na cidade de Foz do Iguaçu (PR). Baseada em reavaliação médica de que o homicida tem condições de cumprir a sentença em regime fechado, a decisão fez com que ele voltasse para uma cela no Complexo Médico de Pinhais.
Cabe recurso. Seu advogado de defesa disse estar confiante de que o Tribunal de Justiça do Estado voltará atrás na nova determinação.
Guaranho foi condenado em 13 de fevereiro. No dia 27, o desembargador que lhe concedera o benefício de cumprir a pena em casa determinou a realização de perícia, a fim de conferir se havia fundamento na alegação de que o réu tem necessidades médicas decorrentes da troca de tiros com o petista e das agressões que recebeu de familiares da vítima, em 9 de julho de 2022. Ele estava preso desde então.
O crime
Conforme as investigações (amparadas em depoimentos de testemunhas e imagens de câmeras de segurança), Jorge Guaranho invadiu a festa de aniversário de Marcelo Arruda, mesmo sem conhecê-lo. Motivo: o descontentamento com a temática da comemoração, inspirada no PT e no então presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva.
Os dois discutiram e, cerca de 10 minutos depois, o policial penal voltou armado ao evento e disparou contra Arruda, que revidou usando a pistola que carregava por atuar como guarda municipal. O petista foi socorrido, mas acabou morreu na madrugada de 10 de julho de 2022, deixou quatro filhos – um dos quais nascido apenas 40 dias antes.
Após o crime, Guaranho foi agredido por convidados presentes na festa do tesoureiro. Ele foi internado e permaneceu em hospital de Foz do Iguaçu até receber alta, com sequelas, e ser encaminhado ao Complexo Médico-Penal de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, onde permaneceu até setembro 2024.
Habeas corpus
Logo após a condenação, a defesa apresentou um habeas corpus solicitando a prisão domiciliar por conta do estado de saúde de Guaranno. “O cliente enfrenta uma série de limitações decorrentes dos tiros e do espancamento, incluindo comprometimentos neurológicos e dificuldades motoras que tornam inviável sua alocação em um ambiente carcerário comum, sem estrutura para o tratamento adequado”, alega seu advogado.
Na decisão que autorizava a prisão domiciliar, o desembargador Gamaliel Scaff afirmou que “não se pode desprezar a precária condição da saúde do paciente”. O condenado foi então para prisão domiciliar, ao passo que a família da vítima protestou pedindo o retorno do homicida bolsonarista ao regime fechado.
O Ministério Público do Paraná (MP-PR) apresentou um recurso solicitando o aumento da pena de Jorge Guaranho. Na apelação, os promotores chamaram a atenção para o fato de não ter sido considerada a conduta social negativa de Jorge Guaranho na análise do caso levado ao tribunal. (com informações de O Globo)