Domingo, 12 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 15 de outubro de 2020
Cristiane é filha do ex-deputado federal Roberto Jefferson, delator do mensalão
Foto: Wilson Dias/Agência BrasilA 5ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro mandou soltar, nesta quinta-feira (15), o ex-secretário estadual de Educação Pedro Fernandes e a ex-deputada federal Cristiane Brasil (PTB).
Os dois foram presos no dia 11 de setembro na Operação Catarata, que investiga supostos desvios em contratos de assistência social no governo fluminense e na prefeitura do Rio. O Ministério Público e a Polícia Civil afirmam que o esquema pode ter desviado R$ 30 milhões dos cofres públicos entre 2013 e 2018.
Cristiane foi secretária de Envelhecimento Saudável da prefeitura do Rio e chegou a ser nomeada ministra do Trabalho no governo do ex-presidente Michel Temer, mas teve a posse suspensa pelo Supremo Tribunal Federal. Ela é filha do ex-deputado federal Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB e delator do mensalão.
Os desembargadores também mandaram soltar o empresário Flavio Chadud, dono da empresa Servlog, acusado de pagar propina a Fernandes e Cristiane em troca de contratos com o governo do Estado e a prefeitura do Rio na época em que eles eram secretários.
Outras duas pessoas que estavam em prisão domiciliar também foram soltas: o empresário João Marcos Borges Mattos (que até maio era subsecretário estadual de Educação do RJ) e o delegado aposentado Mario Chadud, pai do dono da Servlog.
O que diz a denúncia
Cristiane Brasil responde por atos supostamente praticados entre maio de 2013 e maio de 2017, quando assumiu secretarias municipais nas gestões de Eduardo Paes e Marcelo Crivella.
Segundo as investigações, ela recebia propina de três formas: em dinheiro, através de depósitos em contas de outras pessoas (que devolviam os valores para a ex-deputada) e também pelo pagamento de contas pessoais.
O que diz a defesa
Em nota, a defesa diz que Cristiane Brasil afirmou que a denúncia é “uma tentativa clara de perseguição política”.
“Tiveram oito anos para investigar essa denúncia sem fundamento, feita em 2012 contra mim, e não fizeram pois não quiseram”, disse. “Mas aparecem agora que sou pré-candidata a prefeita numa tentativa clara de me perseguir politicamente, a mim e ao meu pai”, reforçou Cristiane.