Domingo, 12 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 26 de setembro de 2015
A Justiça e o Itamaraty tentam repatriar uma criança brasileira que está retida em Damasco, na Síria, país que vive uma guerra civil há quatro anos. O menino, Yakoub Obaied, 2 anos e 6 meses, é filho de pais sírios, nasceu em São José do Rio Preto (SP), em 3 de abril de 2013, mas seu passaporte venceu e os pais não conseguem retornar ao País.
Ele foi levado de volta à Síria há um ano e dois meses pela mãe, Rania Alsahhoum, que retornou ao país árabe para buscar o pai da criança, Chain Obaied, e dar baixa em seu emprego de funcionária pública do governo sírio. A intenção era de que a família retornasse o mais rápido possível e se juntasse aos sete irmãos de Obaied, que moram em São José do Rio Preto. No entanto, a guerra impediu que a família voltasse ao Brasil e o passaporte da criança, que está vencido, dificulta o retorno.
Medidas
Na quarta-feira, o Itamaraty informou à Vara da Infância e da Juventude de São José do Rio Preto que está tomando as medidas necessárias para cumprir a sentença do juiz Evandro Pelarin. O magistrado determinou a repatriação imediata da criança por meio de ações junto à embaixada brasileira em Beirute, no Líbano, uma vez que a embaixada brasileira em Damasco está fechada devido ao confronto armado.
“A Divisão de Assistência Consular do Ministério das Relações Exteriores está tomando as medidas necessárias para a concessão de passaporte ao menos Yakoub”, informou o chefe da divisão, Aloysio Marés Dias Gomide Filho, em nota a Pelarin. Em sua decisão, atendendo pedido do Ministério Público, Pelarin determina “em caráter de emergência, que a repartição consular brasileira em Beirute atenda, pelo direito de primazia, à criança brasileira para emissão de novo passaporte ou Autorização de Retorno ao Brasil, cabendo a mesma determinação à representação em Damasco, na Síria, se ainda regular o serviço”, diz o despacho do juiz, do dia 17.
A tia do menino, Sanaa Obaied, que há alguns anos trouxe os seis irmãos ao Brasil e depois a cunhada, Rania, diz que há meses tromba com a burocracia para trazer o sobrinho e os pais dele ao Brasil. Para Sanaa, o retorno não será fácil porque os pais estão sem dinheiro e a viagem dentre Damasco e Beirute está cada vez mais perigosa. “É uma viagem de três horas que está demorando doze horas por conta dos riscos”, explica. (Veja e AE)