Segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 6 de abril de 2017
A Justiça enviou às forças de segurança e ao Departamento de Imigração o ofício que impede a ex-presidente Cristina Kirchner (2017-2015) e seus filhos Máximo e Florencia de deixar a Argentina, tal como ordenou na terça-feira o juiz Claudio Bonadio em meio ao processo Los Sauces, por “associação ilícita” e “negociações incompatíveis com a função pública”.
Cristina é acusada de lavagem de dinheiro, cometida supostamente por uma empresa de sua família. O magistrado considera a ex-chefe de Estado, de quem ordenou congelar 130 milhões de pesos (R$ 26,35 milhões), “penalmente responsável dos crimes e de atuar em formação de quadrilha em qualidade de chefe”.
No ofício, ao qual o jornal Clarín teve acesso, Carolina Flores Arnáiz, secretária de Bonadio, informa que “foi ordenada a proibição de saída do país” de 22 pessoas, entre elas Cristina e seus filhos; o empresário Lázaro Báez e seus filhos; Cristóbal López e seu sócio Fabián De Souza e Osvaldo Sanfelice, sócio de Máximo Kirchner.
Segundo o ofício, a ex-presidente não poderá deixar a Argentina até que o juiz Bonadio autorize. Ele já havia ditado um impedimento similar em meio ao processo que investiga uma manobra com o dólar futuro durante o último mandato de Cristina. Ela também é investigada em um terceiro processo, conduzido pelo juiz Julián Ercolini, por administração de obras públicas.
De acordo com fontes do mercado de turismo, Cristina tem passagens marcadas para viajar para a Bélgica e o Reino Unido juntamente a outras duas pessoas. A ex-presidente também planejava visitar a Croácia, mas cancelou a viagem.
Segundo analistas, a situação jurídica de Cristina se complicou com o processo no qual é acusada de liderar “um grupo criminoso”, delito que pode ser punido com uma pena de entre 3 e 10 anos de prisão.
O único ex-presidente processado por esse delito foi Carlos Menem, no escândalo de venda ilegal de armas a Equador e Croácia, em 1995. Menem passou 6 meses em prisão domiciliar em 2001, mas acabou sendo inocentado em 2011 do processo de contrabando de armas. (AE)