Terça-feira, 29 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 4 de janeiro de 2023
O velório de Pelé no Estádio Urbano Caldeira, a Vila Belmiro, durou 24 horas. Neste período, apenas dois jogadores campeões mundiais com a seleção brasileira estiveram no local para prestar suas últimas homenagens ao Rei: o companheiro do tricampeonato Clodoaldo (1970) e o volante Mauro Silva (1994), vice-presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF).
A baixa participação de ex-jogadores com vínculo à seleção brasileira não foi bem-vista por torcedores. A percepção, muitas vezes repetida, de que a figura de Pelé como ídolo não encontraria tanto eco entre os brasileiros não foi observada no velório. Ao contrário. Cerca de 230 mil pessoas passaram pelo gramado da Vila para se despedir do Rei.
No Catar, onde acompanhou a Copa do Mundo, Kaká disse que os brasileiros, de forma geral, não valorizam os ídolos do esporte e que Ronaldo, no Brasil, era “só um gordo andando pela rua”. No entanto, ele não foi ao velório de Pelé.
O ex-jogador e comentarista Walter Casagrande criticou Kaká pela ausência no velório. A troca de farpas entre os dois lados começou com discussões durante as eleições e a Copa do Mundo do Catar e tem se arrastado nos últimos meses.
“Cadê o Kaká, que falou que o brasileiro não reconhece seus ídolos? Pois bem, Kaká, depois do que vimos no velório do Pelé, ficou claro que quem não reconhece os grandes ídolos é você. Ou talvez você tivesse ido por um cachê interessante. Daniel Alves, que se acha o maior jogador por ter o recorde de títulos, nem uma postagem fez”, disse em coluna no portal de notícias UOL.
Ronaldo Fenômeno, pentacampeão em 2002, e Romário, tetra em 1994, enviaram coroas de flores ao velório. Entre os jogadores da seleção que estiveram na Copa do Mundo do Catar nenhum compareceu. Neymar foi representado por seu pai. O técnico Tite, que já se despediu do cargo na Confederação Brasileira de Futebol (CBF) tampouco apareceu.
Muitos dos colegas de Pelé em conquistas do Santos e da seleção brasileira enfrentam dificuldades de locomoção pela idade avançada, com Mário Zagallo. Rivellino, por outro lado, disse estar muito abalado com a morte do Rei e se despediu com uma mensagem nas redes sociais.
Rodrygo, Menino da Vila como Pelé e jogador do Real Madrid, buscou justificar sua ausência na despedida. “Infelizmente, eu e minha família não pudemos estar presentes na Vila para dar o último adeus ao senhor, mas nossos corações e sentimentos estiveram contigo durante todo esse tempo. Toda reverência a nossa majestade! Obrigado por tudo, Pelé. Nós te amamos, o povo te ama!”, escreveu.
O ex-goleiro Marcos, ídolo do Palmeiras e campeão mundial em 2002, tomou uma posição polêmica ao argumentar por sua decisão de não ir ao velório de Pelé. Disse que nos velórios de seus pais também não teve a companhia dos que o criticam nas redes sociais.
No fim de terça-feira, Cafu e Rivaldo também justificaram a ausência no velório de Pelé por motivos diferentes e deram o seu posicionamento de maneira pública através das redes sociais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.