Sexta-feira, 29 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 28 de novembro de 2024
A Polícia Federal (PF) ouviu nessa quinta-feira (28) o depoimento do tenente-coronel Rodrigo Bezerra Azevedo, preso preventivamente no âmbito da Operação Contragolpe, deflagrada em 19 de novembro.
Azevedo é suspeito de ter participado de um plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, após as eleições de 2022.
O depoimento foi realizado por videoconferência e ocorreu no contexto das investigações que apuram tentativas de desestabilização do governo. Azevedo é um dos integrantes das Forças Especiais do Exército, conhecidos como “kids pretos”, uma unidade militar de elite treinada para missões sigilosas em ambientes hostis e politicamente sensíveis.
Apesar da prisão, o tenente-coronel não consta na lista dos 37 indiciados por crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, relacionados a tentativas de derrubar o governo e instaurar um regime autoritário.
Lula
O presidente Lula falou pela primeira vez nessa quinta sobre o plano golpista envolvendo sua morte, a do vice, Geraldo Alckmin, e a do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes. A declaração ocorreu durante o lançamento do programa Periferia Viva, no Palácio do Planalto, em Brasília.
Lula afirmou que houve uma tentativa de golpe de Estado para que seu grupo político não assumisse a Presidência após a vitória na eleição de 2022. “Vocês sabem o que está acontecendo na política mundial e na política brasileira. Vocês sabem a quantidade de mentiras, a quantidade de ódio. Vocês sabem a tentativa de golpe que está ficando verdadeiro e ninguém pode desmentir”, disse o petista.
“Porque, na verdade, eles tentaram dar um golpe para não deixar que a gente assumisse a Presidência da República. É isso que eles tentaram fazer”, completou Lula.
O presidente se pronunciou após a retirada do sigilo ser imposta por Moraes, do STF. Na ação, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras 36 pessoas foram indiciadas pela PF (Polícia Federal) por suspeita de participação na tentativa de golpe.
O relatório com o desfecho da investigação apontou que Bolsonaro “planejou, atuou e teve o domínio de forma direta e efetiva” nos atos da organização criminosa que planejou a tomada de poder. O golpe não foi consumado por “circunstâncias alheias” à vontade do ex-presidente.