Terça-feira, 26 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 1 de julho de 2020
As amostras analisadas na pesquisa são de ponto de captação de água bruta
Foto: Divulgação FepamA Divisão do Laboratório da Fepam (Fundação Estadual de Proteção Ambiental) integra um projeto que monitora, por meio de análises, a presença e a quantidade de Covid-19 em águas superficiais e residuárias (esgoto) do Estado. A equipe é responsável por colher amostras em locais monitorados e encaminhá-las ao Cevs (Centro Estadual de Vigilância em Saúde).
O biólogo do Laboratório, Manuel Rodrigues Loncan, explica que os técnicos da Fepam têm experiência com lugares de difícil acesso ou que ofereçam risco durante a operação. Desta forma, realizam a coleta manual em frascos de vidro.
“Nós também contribuímos com os pesquisadores para mapear os pontos onde o vírus poderia surgir ou se proliferar. O trabalho consiste em realizar a coleta, armazenar em local refrigerado, entregar ao Lacen [Laboratório Central do Estado] em uma caixa com gelo e indicar dados complementares, como nível de pH e turbidez da água”, explica Loncan.
O estudo iniciou-se em maio e já analisou 29 amostras coletadas em duas ETE (Estações de Tratamento de Esgoto), duas EBE (Estações de Bombeamento de Esgoto), um manancial e quatro hospitais em Porto Alegre e Região Metropolitana. Destas, 17% apresentaram resultados positivos.
As análises são feitas no laboratório de microbiologia da Universidade Feevale. Os dados foram divulgados em um boletim informativo que pode ser conferido aqui. Para o mês de julho, estão previstas amostragens no Arroio Dilúvio, no Rio dos Sinos e em arroios contribuintes ao Sinos, que sofrem alto impacto de esgoto doméstico.
O projeto
De acordo com a Secretaria Estadual da Saúde, o estudo consiste em monitorar, por meio de análise molecular, a ocorrência e quantificação do RNA viral (SARS-CoV-2). O principal objetivo é realizar a vigilância epidemiológica em efluentes e mananciais, oferecendo suporte às autoridades de saúde durante a pandemia para tomada de decisão em relação às medidas de prevenção à Covid-19. O monitoramento deve ser estendido por dez meses.
As amostras analisadas na pesquisa são de ponto de captação de água bruta, corpo hídrico altamente impactado por esgoto doméstico, afluente e efluente de esgoto sanitário e efluente hospitalar. O projeto tem previsão de ser estendido para outros pontos do Estado.
O projeto conta com a participação de pesquisadores de Universidade Feevale, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Fundação Oswaldo Cruz, Centro Estadual de Vigilância em Saúde, Fepam, Departamento Municipal de Água e Esgotos e Secretaria do Meio Ambiente e da Sustentabilidade de Porto Alegre e Secretaria de Saúde de Novo Hamburgo.
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