Três imagens bem representativas da tragédia, que abalou o Rio Grande do Sul, percorreram todo mundo.
São elas: A estátua do Laçador, ilhada, na frente do aeroporto. A segunda é a do cavalo caramelo em pé no telhado de uma casa submersa. E a Terceira imagem é a do Dilúvio.
O Laçador foi definido, por lei municipal, como o símbolo da cidade de Porto Alegre em 1992. A estátua do Laçador, esculpida por Antônio Caringi, representa o autêntico gaúcho: Homem do campo e criador de gado. Oriundo principalmente da miscigenação dos índios, dos portugueses e espanhóis. São características: a prudência, a temperança e a cultura das tradições. Na foto, no meio da enchente, esta pilchado como sempre: bombacha, bota, camisa, lenço e guaiaca.
Os pingos da chuva na sua face nos deixam em dúvida: são pingos ou lágrimas?
O cavalo caramelo ficou 4 dias parado, estático com os pés sobre o telhado. Personaliza a resistência, ficou sem beber e sem comer! É o animal símbolo da amizade do gaúcho. Nobre aliado e companheiro.
Esta conosco no frio, no calor, no solo árido ou molhado! Já nos ajudou a transportar nossa carga e desbravar coxilhas. Parceiro de guerra. No seu lombo suado já salgamos a carne para o churrasco.
Enfim o dilúvio. É um mito universal descrito na tradição de muitas civilizações. Diz a Bíblia que seria um castigo divino contra a maldade, a violência e a imoralidade. Seria a punição da humanidade!
Para arca de Noé foram selecionados exemplares de todos tipos de animais.
Talvez o dilúvio esteja se repetindo entre nós, pois já salvamos com diversos tipos de “arcas” (barcos, botes, jet ski…) milhares de animais (passarinhos, papagaios, gatos, cachorros, cavalos, vacas, etc).
Enfim, todos estes rastros de destruição nunca desafiou tanto a nossa garra e a nossa perseverança. Provavelmente foi isto que fez germinar entre nós esta gigantesca flor de solidariedade.
O Laçador no alto será mais do que o nosso símbolo. O caramelo voltará a correr nas planícies. O dilúvio desaparecerá. A nossa união irá reconstruir tudo e muito mais!
Salve a nossa pujança!
(Carlos Roberto Schwartsmann – Médico e Professor universitário)