Terça-feira, 05 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 20 de fevereiro de 2019
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Estivéssemos na década de 1950, a “Revista do Rádio”, campeã de vendas, estaria rodando edição-extra, com a coluna “Mexericos da Candinha” ocupando várias páginas. Reproduziria conversas entre o presidente da República e um ministro, captadas pela telefonista que completava as ligações. Naquela época, era rara a discagem direta.
Evolução
Hoje, a tecnologia permite recuperar mensagens que foram apagadas. Dona Candinha enlouqueceria de satisfação. O sucesso de sua coluna foi tão grande que, extinta a “Revista do Rádio”, passou para a revista “Amiga”, com alcance maior ainda.
Intrigas palacianas
Desde a chegada de Dom João VI ao Brasil, em 1808, fugindo das tropas de Napoleão, tornaram-se corriqueiras fofocas, intrigas, desavenças, bisbilhotices e futricas no poder. A corte, com 15 mil nobres no ócio, só poderia por a imaginação a trabalhar.
Confirma-se
A previsão de analistas financeiros, feita há três semanas, revelava que a grande preocupação concentrava-se no embate entre o presidente Jair Bolsonaro e grupos de comunicação. Virou guerra, mas pode-se também traduzir como tempestade em copo d’água.
Questão de peso
O Brasil tem uma longa lista de problemas para resolver: desemprego, ociosidade do parque industrial, necessidade de melhorar o insuficiente Produto Interno Bruto, captação de investidores estrangeiros, sistema tributário dos mais caros e complicados do mundo, previdência com déficit cada vez maior, desperdício do dinheiro público e precariedades na educação, na saúde e na segurança. Porém, as gravações apresentadas ontem ganham preferência.
Passam distantes
O Produto Interno Bruto brasileiro cresceu 1,1 por cento no ano passado. Resultado de levantamento do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas divulgado ontem pela manhã. Mesmo que discurso nada resolva, nas sessões plenárias do Senado e da Câmara dos Deputados, à tarde, nenhum parlamentar se manifestou sobre o assunto.
Cenário de 2018
Nota publicada por esta coluna a 20 de fevereiro do ano passado:
“O governo federal desistiu ontem de enfrentar a votação da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados por dois motivos: 1º) a forte organização e propaganda de corporações contrárias a qualquer mudança porque perderiam vantagens. 2º) a incapacidade do governo federal de demonstrar com números sobre a necessidade de travar o déficit crescente na rubrica do pagamento de aposentadorias e pensões. Em ano eleitoral, parlamentares temem reações e não decidem no escuro”.
Não decola
No começo de setembro do ano passado, o presidente da República em exercício, Rodrigo Maia, homologou o acordo de recuperação fiscal do Rio de Janeiro. Incluiu aumento de receitas, redução de despesas, concessão de empréstimos, além da suspensão do pagamento da dívida com a União. O conjunto representará a retenção de 63 bilhões de reais até o final de 2020. Técnicos da Secretaria da Fazenda do Rio Grande do Sul acompanham há cinco meses e verificam que, até agora, não surtiu efeito. O Rio segue quebrado.
Vontade isolada
A medida provisória é um ato exclusivo do presidente da República, com força imediata de lei, como estabelece o artigo 62 da Constituição Federal. Os seus pressupostos são urgência e relevância. Só depois o Congresso Nacional discute, aprova ou não. Há em torno de 300 esperando votação. Desde 2002, foram emitidas 880 medidas provisórias. Muito poucas com urgência comprovada.
Querem carona
Inconformados com a exclusividade dos presidentes no uso do poder imperial das medidas provisórias, governadores articulam nos bastidores uma emenda constitucional para obter a mesma vantagem. Será aprovada se depender de senadores e deputados federais.
Em direção ao ringue
Gustavo Bebianno, chutado do governo, diz que não tem medo de briga. Os filhos do presidente Bolsonaro repetem o mesmo. Só falta soar o gongo.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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