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Colunistas Lembranças que ficaram (24)

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Nelson Jr./SCO/STF

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Meu amigo Márcio Thomaz Bastos…

No início do verão de 2007/8, cheguei em minha casa no Arpoador em Xangri-lá, para desfrutar alguns dias de férias e me dei conta que não tinha levado nenhum livro. No dia seguinte fui até o centro de Capão da Canoa, numa Livraria, e comprei um livro de autoria de um famoso advogado paulista e que fora homem público proeminente de nome Márcio Thomaz Bastos. O livro era o “Código da Vida” há pouco editado. Confesso que pouco sabia do autor e nada mesmo do livro, mas ainda assim influenciado pelo título, similar ao “O Código Da Vinci”, de Dan Brown, me levaram a comprá-lo. Pois meu caro, nada menos que espetacular na forma e conteúdo. Enquanto narrava a história de um desastroso desenlace matrimonial com ares de FBI, CIA, KGB, Mosad, MI 6 ou a francesa DGSE, ele ia contando sua própria vida pessoal e profissional e, simultaneamente, a política nacional e como foi que entrou nela e nos cargos que ocupou inclusive o de Ministro da Justiça. O livro, de agradabilíssima leitura, absorveu-me de tal forma que não parava de lê-lo e o devorei.

Encantado e sem dar trégua nas tentativas, consegui o celular dele e liguei. Identifiquei-me como colega advogado e fui por ele muito bem tratado e recebido e muito conversamos sobre a nossa política e sobre casos criminais de repercussão nacional. Sabendo que eu havia sido amigo e convivido por muitos anos com o cavalheiro, culto e educado, embora intrigante Dr. Leopoldo Heitor de Andrade Mendes – conhecido como o Advogado do Diabo (que era meu concunhado) – trocamos inúmeras considerações sobre o caso em que Leopoldo Heitor esteve envolvido, do Tenente Bandeira, conhecido como o “crime de Sacopã” no qual se envolveu até o conhecido e misterioso Deputado Federal Tenório Cavalcanti que portava sob uma capa preta que usava sempre, uma metralhadora INA calibre .45. Falamos longamente sobre o misterioso e também, até hoje insolúvel caso do desaparecimento da socialite Dana de Teffé que, se sumida nunca se soube pra onde e se morta nunca se achou o corpo, então viúva do diplomata Manuel de Teffé, filho de um Barão e neto de um Conde, ocasião em que trocamos ideias sobre os diversos aspectos jurídicos palpitantes em qualquer um dos dois casos. Acabamos ficando conhecidos e amigos e, depois disso, falávamos, conversas sempre muito cheias de considerações no exercício da profissão de advogado especialmente os criminalistas e sobre os exuberantes caminhos do Direto Penal desde a aurora da humanidade e da história e os ditos e escritos dos grandes autores. E cada vez mais admirava sua postura e seus profundos conhecimentos jurídicos que o levaram a ter um muito famoso Escritório de Advocacia com destaque para a área criminalista, e ter sido eleito Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil e ao honroso cargo de Ministro da Justiça. Dr. Márcio Thomaz Bastos nascido em 1935, morreu aos 79 anos de idade em 2014, deixando uma grande e respeitável história e um singular exemplo de ética e honradez na profissão. Seu livro “Código da Vida” é uma dessas leituras ilustrativas, fluentes e cultas. Diria mesmo que todo advogado deveria um dia lê-la. Só depois de sua morte foi que consultando o ‘professor’ Google, fiquei bem ciente da enorme importância que exerceu o Dr. Bastos em nosso governo em benefício de nosso país…

Recomendo com ênfase a leitura desse livro, para advogados ou não. Nunca, até então, tinha lido uma obra que juntasse de forma tão natural, leve, sequencial e harmoniosa tão diferentes abordagens.

(Luiz Carlos Sanfelice – advogado – auditor – lcsanfelice@gmail.com)

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