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Colunistas Lembranças que ficaram 27

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Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Cândido Portinari e Brodowski

Já morando em São Paulo, com minha esposa e os três filhos, um dia, à convite, viajamos e conhecemos Brodowski. Que linda, bucólica, limpa e bem amada cidadezinha do interior do Estado de São Paulo. Quando a gente chega, via rodoviária, à Ribeirão Preto, grande e distante cidade da Capital, situada na Região Norte do Estado, a gente sai da Rodovia que vem da Capital e toma à direita outra rodovia que vai à Batatais e à Franca quando à uns 12 km de Ribeirão, chega-se à Brodowski.

O nome dessa pequena e adorável cidade é uma homenagem ao engenheiro-ferroviário que chefiou as obras de construção da estrada de ferro bitola-larga que por ali passa (ou passava) e onde foi construída a mais bela e pitoresca “Estação de Trem” que já vi na minha vida – e já vi muitas. Brodowski é a cidade natal do querido e famoso pintor brasileiro CÂNDIDO PORTINARI. Em 1970 eu fui admitido como Gerente Regional do RS,PR e SC na filial brasileira da grande empresa multinacional cujo CEO era Vice-Presidente do Chase Manhattan Bank, a Mine Safety Appliances Co. de Pittsburgh, PA – USA, aqui denominada MSA do Brasil. Meu chefe e Diretor Comercial era um português naturalizado chamado André Magalhães e o Diretor Geral um escocês chamado Willian Stewart Wright. Quando o Sr. Wright saiu, o André assumiu a Diretoria Geral e eu fui transferido para a sede em São Paulo como Diretor Financeiro da Cia. no Brasil e 2 anos depois promovido à Diretor Comercial que era também o 2º posto. Morando em SP e companheiros de Rotary, estreitamos relações familiares com o André que se tornou meu grande amigo até sua morte em 2015. André era muito amigo do empresário Rui Natal Portinari Fabri de quem me tornei amigo por influência do André. O Rui tinha um enorme sítio (10 hectares) dentro da Mata Atlântica, as margens da Rodovia Anchieta, na beira da represa Billings onde passamos a ir praticamente todos os domingos. Fico sabendo que a mãe do Rui, dona Ida, era irmã do Cândido Portinari. Dona Ida se casou com um jovem de Brodowski de sobrenome Fabri e passou a ser Ida Portinari Fabri, cujas famílias ainda moravam por lá.

Não demora e somos convidados a passar uns dias de férias em Brodowski com as 3 famílias juntas. Conheci toda a história da vida do Portinari, a casa onde nasceu e morou anos, seus afrescos feitos na Capela da casa e na Capela no meio da praça e as incríveis e lindas pinturas nas paredes laterais da Igreja de Batatais. Nossos filhos adoravam Brodowski pois podiam brincar e andar com segurança por aquelas planas e limpas ruas.

Tinha (imagino que ainda tenha) um coreto no meio da pracinha, como se vê em fotos e filmes de época, redondo, coberto, uns 70 cm acima do chão, em madeira talhada e rendada, onde aos domingos de noite a banda dava retretas, bem tipo “eu vi a banda passar cantando coisas de amor”…

Nos sentimos muito lisonjeados e honrados em ter convivido tão proximamente com a família Portinari…e conhecer bem toda história e vida do famoso Cândido…e ver e conviver com a própria história acontecendo.

Anos depois, embora ainda ligado à MSA onde fiquei por quase 40 anos, voltamos para Porto Alegre mas deixamos lá grandes amigos com quem até hoje nos comunicamos (via e-mails, facebook e WhatsApp) e que com saudades nos lembramos. Alguns já, prematuramente, partiram dessa vida o que muito nos entristece. Os que eram jovens tornaram-se adultos e de vez em quando, um ou outro, vem à Porto Alegre a trabalho e adoram comer um churrasco de cordeiro mamão, no Barranco.

“Mas longe dos olhos não quer dizer longe do coração. O coração vê ao longe, vê na distância e até no infinito vê”… (Rui Barbosa).

Luiz Carlos Sanfelice, advogado, auditor – lcsanfelice@gmail.com

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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