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Colunistas Lembranças que ficaram – 28

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Atualmente, continuamos mantendo contato com o Amyr e sua esposa Marina, via fone e WhatsApp. (Foto: Divulgação)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Amyr Klink – O mar e o amigo

Quando este então já famoso navegador oceânico esteve em Porto Alegre para uma tarde de autógrafos no seu novo e recém lançado livro, PARATII ENTRE DOIS POLOS foi que o conheci, pessoalmente. Comprei 5 unidades do livro. Eu já tinha lido a sua eletrizante narrativa da viagem “a remo” de Lüderitz na África à Salvador na Bahia, contada no seu livro “100 Dias Entre o Céu e o Mar”, feita a remo numa canoa sem vela e sem motor, movimentada a remos, na força dos braços. Conversamos ligeiramente, mas consegui seu telefone.

Depois disso frequentemente conversávamos por telefone e ele me contava de seus planos “loucos” de navegação solitária pelos Oceanos do mundo. Conheci a linda história da jovem Marina que foi entrevista-lo e que acabou por ser sua esposa tirando-o de seu celibato e dando-lhe duas lindas filhas.

Fiquei sabendo de seu infinito gosto pelo sorvete do Mercado Público e de jamais deixar de vir cá saboreá-lo em fartas porções, sempre que vem à Porto Alegre. Acho que o que o encanta não é apenas a qualidade do sorvete, mas o conjunto de circunstâncias que criam o ambiente: o povo se movimentando desordenadamente, “os cheiros” misturados com predominância do bacalhau da Banca em frente e ao lado, dos queijos e iguarias, do cenário arquitetônico e da efervescente vida acontecendo.

Desde tenra idade eu acompanhava meus pais que viajavam muito, e cedo conheci todas as regiões do RS e Oeste de SC. Morávamos no interior, distante 400 km da Capital. Durante as férias escolares eu acompanhava meu pai em suas viagens de trabalho (ele era Caixeiro-Viajante) e tinha um Atacado de Miudezas e Armarinhos e viajar com ele “para ajuda-lo” era um enorme prazer. Depois, passados os anos, mesmo após graduações universitárias, justo o emprego que arrumei foi o de Gerente Regional de uma grande Cia. para o Estados de RS, PR e SC. E tinha que visitar e conhecer todas as indústrias de porte desses Estados, ou seja: viajar. Assim se tornou “parte do meu organismo” estar na estrada e as vezes não bastava alimentar essa vontade em “tiros curtos”, tipo 300 kms. De tempos em tempos tinha que ter uma de 500, 800 ou 1.000 km. Pois foi numa dessas que aconteceu uma viagem extraordinária e de saudosa lembrança.

Em setembro de 2007 resolvemos, minha esposa e eu, ir à São Paulo visitar e rever muitos amigos que lá deixamos quando de lá viemos de volta para o RS. E para desfrutarmos o passeio, decidimos ir de carro. Tínhamos, então um carro grande, confortável, com todos os recursos top de linha e eu queria, mesmo que fosse de passagem, rever Criciúma, Tubarão, Laguna, Blumenau, Joinville e Curitiba. Decidi que iria visitar o Amyr e sua família, em sua casa, em São Paulo, mesmo correndo o risco de estar ele em Parati ou em viagem. E fomos. No dia seguinte, já hospedados em SP, fomos à casa do Amyr. Levamos Biscoitos da Serra Gaúcha, 2 Caixas de Vinho de Bento, Cucas e Pães Coloniais e um belo pelego de ovelha.

Vocês nem imaginam a felicidade que ele ficou e com que carinho nos recebeu pois, – disse ele – ninguém o presenteava assim com coisas de família para família, de gente para gente. Ficou encantado e fez questão de nos levar até o prédio onde funciona sua empresa. Além de conhecermos detalhes de todas as suas inovações, ele nos presenteou com diversos objetos que guardamos com carinho e, entre eles um correntão de navio baleeiro com 2,5 metros que ele trouxe da Estação Baleeira (desativada) da Antárctica, próxima ao monumento onde está enterrado o grande navegador Shackleton, comandante do célebre veleiro Endurance, preso no gelo da Antárctica e protagonista da mais linda e emocionante história de resiliência, responsabilidade e desprendimento de um líder; um par de remos de madeira de uma árvore específica da Mata Atlântica da região de Parati – RJ; um lindo canivete francês com aço de Toledo-ES e, em especial, uma lindíssima miniatura em aço do Veleiro Paratii, rica em detalhes e pintada nas cores originais do barco, vinda dentro de um estojo forrado de veludo. Coisa mais linda. Nós tínhamos esses queridos objetos expostos em nossa casa na praia em Xangri-lá, mas de lá retiramos quando vendemos o imóvel.

Atualmente, continuamos mantendo contato com o Amyr e sua esposa Marina, via fone e WhatsApp. Vibramos e comemoramos o feito espetacular de sua filha Tamara Klink, 24 anos, quando fez a navegação solo com seu veleiro, da França ao Brasil. Foi a 1ª mulher a fazer essa travessia, solo.

Luiz Carlos Sanfelice, advogado, auditor – lcsanfelice@gmail.com

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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