Domingo, 27 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 27 de novembro de 2018
Há três anos, a atriz Susana Vieira enfrentou um drama que não estava em nenhum roteiro de novela. Ela descobriu que estava com um tipo de leucemia. “Sentei na frente dele (o médico) e ele falou assim, friamente: a senhora é portadora de uma doença chamada LLC – Leucemia Linfocítica Crônica. Eu não sabia o que era mais pesado: a leucemia, o linfocítico ou o crônico”, conta a atriz.
A doença é grave, mas tem tratamento. Para algumas leucemias a cura é o transplante. O Brasil tem um dos maiores bancos de doadores de medula óssea do mundo, mas de cada 10 doadores, quatro não são encontrados porque não atualizam o cadastro.
Leucemias são várias doenças diferentes que ocorrem, de maneira geral, na nossa fábrica de células sanguíneas, a medula óssea. São derivadas de problemas na produção desordenada ou acúmulo excessivo de glóbulos brancos, responsáveis pela defesa do organismo.
Qual a origem das leucemias? Ainda não se sabe. No caso das crianças, uma das hipóteses é a de alterações que ocorrem ainda no útero, causadas por fatores ambientais.
Como é o diagnóstico? A suspeita, em geral, vem de um hemograma simples, que analisa a quantidade de células no sangue. O exame que envolve fazer punção da medula é feito para confirmar que tipo de leucemia é. A partir do diagnóstico, o paciente tem direito a ser atendido em um centro especializado.
Tipos de leucemia
A leucemia linfoide aguda é o câncer mais comum nas crianças e atinge os linfócitos. Tem cura em até 70% dos casos, mas o tratamento é intensivo, por cerca de um ano, seguido de uma fase de manutenção até completar no mínimo dois anos, sempre com quimioterapia. Raramente precisa de transplante.
A leucemia linfoide crônica é mais comum nos idosos e caracteriza-se por um lento acúmulo de linfócitos. Por isso, muitas vezes o tratamento é observar, acompanhando o hemograma do paciente. Quimioterapia pode ser necessária. Esse é o tipo de leucemia da atriz Suzana Vieira.
Leucemias mieloides, nas formas aguda ou crônica, atingem o mielócito. A forma crônica, mas comum em adolescentes e adultos, hoje dispõe de uma medicação de alto custo que “desliga” o erro genético. A forma aguda atinge mais idosos e, além de quimioterapia, pode ser necessário o transplante.
Doação de medula óssea
O transplante de medula salva vidas. Para ser doador de medula óssea, a pessoa precisa ter entre 18 e 55 anos de idade e estar em bom estado geral de saúde. Não pode ter doença infecciosa ou incapacitante, câncer ou doenças hematológicas ou do sistema imunológico. Algumas complicações de saúde não impedem a doação e são analisadas caso a caso.
O Brasil tem o terceiro maior banco de medula óssea do mundo, com quatro milhões de pessoas cadastradas. Entretanto, 40% desses possíveis doadores são perdidos na hora da convocação. A principal causa é a desatualização dos dados, como telefones e endereços, o que impossibilita o contato. Isso pode ser resolvido com um simples acesso ao site do REDOME, o Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea.