O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, é o alvo preferido de deputados que tentam convocar auxiliares de Lula para dar alguma explicação na Câmara. Só neste ano, são 228 requerimentos de convocação de autoridades, destes, 38 são direcionados ao ministro da Justiça. A maior parte é relacionada ao vexatório caso dos presos de Mossoró (RN) que fugiram de um presídio federal e, por 50 dias, deram um banho nas forças de segurança sob guarda-chuva de Lewandowski.
Falta do que fazer
O uso da Polícia Federal para investigar ‘denúncia de fake news’ durante enchentes do Rio Grande do Sul é o segundo motivo das convocações.
Motivos de sobra
Com 21 pedidos de convocação, Nísia Trindade (Saúde) aparece logo em seguida com motivos variados: vacina do Lula, dengue, viagens…
Pimenta é Bronze
Paulo Pimenta (Reconstrução do RS) soma 19 pedidos. A maioria sobre o suspeitíssimo leilão do arroz. Tem ainda sobre a atuação na Secom.
Sobrou
A escandalosa compra do arroz, à revelia dos produtores, também impulsionou pedidos de convocação de Carlos Fávaro (Agricultura), 18.
Gastos com ‘cotão’ devem renovar recorde em 2024
No ano passado, senadores e deputados bateram o recorde histórico em despesas o “cotão”, a Cota de Exercício da Atividade Parlamentar: R$276,5 milhões, o maior valor pago na História. Até a metade deste ano, o Congresso já conseguiu torrar R$125 milhões com o cotão e deve renovar o recorde em 2024. O cotão é pago a parlamentares para ressarcir qualquer tipo de despesa; da propaganda própria ao aluguel de escritórios nos estados, e (muitas) passagens aéreas.
Recorde histórico
Tanto na Câmara (R$247,5 milhões), quanto no Senado (R$29 milhões) os recordes históricos com o cotão foram superados em 2023.
Este ano
Até junho deste ano, os 513 deputados gastaram R$109,4 milhões com o cotão e os 81 senadores, mais de R$15,2 milhões.
Esquerda e direita
Pompeo de Mattos (PDT-RS) é o deputado que mais gastou com o cotão na legislatura: R$905 mil. Vinicius Gurgel (PL-AP) é o 2º: R$901 mil.
Líder no pódio
No Senado, Laércio Oliveira (PP-SE) lidera os gastos com o cotão na atual legislatura: R$815,6 mil. O líder de Lula e ‘repetista’ Randolfe Rodrigues (AP) é o segundo colocado: R$789 mil desde 2023.
Sinais do poder
Para representar o Brasil na posse do presidente do Irã, Lula escalou o vice Geraldo Alckmin. Agenda sem o glamour das Olimpíadas e bem distante de Paris (França), para onde o petista mandou a primeira-dama.
Tradução difícil
Após passar a manhã em silêncio, o Itamaraty emitiu, em português e espanhol, curta nota sobre a eleição na Venezuela, dizendo que espera “dados”. Mas em inglês a nota ficou para mais de uma hora depois.
E a situação?
Dom Carlo Maria Viganò, arcebispo que foi excomungado da Igreja Católica por fazer oposição ao Papa Francisco, chamou a abertura das Olimpíadas de “dança macabra distópica”, “feio” e “obsceno”.
Futurologia pessimista
As expectativas do mercado para a taxa de câmbio entre o Real e o Dólar para 2025 e 2026 subiram de R$ 5,23 para R$ 5,25, segundo o Boletim Focus, emitido pelo próprio Banco Central.
Não é piada
A Petrobras chamou a Controladoria-Geral da União para um acordo de “prevenção e combate à corrupção” 10 anos após a Lava Jato, operação desmantelada que desvendou roubo de R$19 bilhões na… Petrobras.
O culpado
Para justificar vitória do ditador Nicolás Maduro nas “eleições” da Venezuela, a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) atribuiu os problemas do país a “bloqueio internacional”. Culpa do ditador, nada.
Fim de férias
Após um mês em recesso, o Supremo Tribunal Federal (STF) retoma as atividades nesta semana. A primeira sessão pós férias de meio de ano está marcada para quinta-feira (1).
Pensando bem…
…nada se inventa, tudo se copia.
PODER SEM PUDOR
Simon e seu acento
Quando chegou ao Senado, em 1974, o senador gaúcho Pedro Simon estreou sob o signo da dúvida: como se deveria pronunciar corretamente o seu sobrenome? A pergunta interessava até às taquígrafas. Logo no primeiro dia Simon fez um discurso, já sublinhando as frases com gestos marcantes, até teatrais. Atacava duramente a ditadura. O senador Jarbas Passarinho, governista, com ar grave, pediu um aparte. “Ouço o nobre senador Passarinho”, aquiesceu o gaúcho. “Gostaria que V. Exa. esclarecesse de uma vez por todas: afinal, como devemos chamá-lo? Símon ou Simón? Seu acento é na frente ou atrás?”. O plenário caiu na gargalhada. E Simon não respondeu.
(Com Rodrigo Vilela e Tiago Vasconcelos)