Sábado, 15 de março de 2025
Por Redação O Sul | 14 de março de 2025
A libido sempre foi cercada de mistérios e tabus. Enquanto alguns acreditam que ela deve estar sempre em alta, outros encaram sua oscilação como um problema. A verdade? O desejo sexual é um termômetro da saúde física e emocional, e sua queda pode indicar desde simples alterações hormonais até problemas metabólicos e psicológicos mais sérios.
O médico nutrólogo Ronan Araujo explica: “O estresse, a alimentação, a qualidade do sono, os níveis hormonais e até a exposição excessiva às telas podem impactar diretamente o apetite sexual”. Mas será que existe uma forma de reverter isso sem recorrer a medicamentos ou soluções momentâneas? A resposta está na ciência do desejo.
A ciência da libido: como o desejo sexual funciona?
O desejo sexual não surge do nada. Ele é resultado de uma complexa interação entre hormônios, neurotransmissores e fatores emocionais. O cérebro, os vasos sanguíneos e até o intestino desempenham papéis fundamentais nesse processo. Os principais reguladores da libido são:
Testosterona: O hormônio mais associado ao desejo sexual, presente tanto em homens quanto em mulheres. Quando está baixo, o desejo pode desaparecer.
Estrogênio e progesterona: Cruciais para a libido feminina. O equilíbrio entre eles impacta o prazer sexual, lubrificação e resposta ao estímulo.
Dopamina: O neurotransmissor do prazer e da motivação. Baixos níveis podem reduzir o interesse sexual e aumentar a procrastinação.
Serotonina: Embora seja associada ao bem-estar, níveis muito altos podem suprimir o desejo sexual.
Cortisol: O hormônio do estresse, que pode bloquear completamente a libido quando está cronicamente elevado.
Óxido nítrico: Fundamental para a circulação sanguínea e a resposta sexual, especialmente para a ereção e a excitação feminina.
O grande vilão: como o estilo de vida está matando sua libido
Se sua libido está baixa, sua rotina pode ser a principal culpada. A vida moderna alterou drasticamente os estímulos naturais do nosso corpo, reduzindo o desejo sexual e enfraquecendo a conexão entre mente e corpo.
Excesso de estresse e trabalho: Níveis altos de cortisol bloqueiam a produção de testosterona e esgotam a dopamina. Se sua mente está sobrecarregada, seu corpo não vê necessidade de ativar o desejo.
Falta de sono de qualidade: Durante o sono profundo, seu corpo regula hormônios essenciais para o desejo sexual. Dormir pouco pode reduzir a testosterona em até 15% em uma semana.
Sedentarismo: A falta de movimento diminui a circulação sanguínea, reduzindo a capacidade de resposta sexual. O coração bombeia menos sangue para os órgãos genitais, impactando a excitação.
Uso excessivo de tecnologia: A exposição prolongada a telas reduz a produção de dopamina e altera a percepção do prazer real. O consumo excessivo de pornografia também pode gerar um efeito de dessensibilização ao desejo sexual.
Má alimentação: Alimentos ultraprocessados inflamam o corpo, alteram a produção hormonal e comprometem a função vascular – essencial para a resposta sexual.
Se você se identificou com pelo menos um desses fatores, sua libido pode estar sendo sabotada silenciosamente. Mas há solução.
Como recuperar o desejo sexual de forma natural e cientificamente comprovada
Recuperar a libido não significa somente aumentar o desejo sexual. Significa equilibrar o corpo e a mente para o prazer voltar a ser natural.
O poder do movimento: Exercícios físicos aumentam a circulação sanguínea, melhoram os níveis hormonais e reduzem o estresse. Somente 30 minutos diários de atividade podem elevar os níveis de testosterona e estimular o desejo.
Sono: seu melhor afrodisíaco: Dormir bem regula os hormônios e melhora a resposta sexual. Criar uma rotina de sono e evitar telas antes de dormir pode trazer resultados rápidos.
Alimentos que potencializam a libido: Alimentos ricos em zinco, magnésio e arginina são essenciais para a saúde sexual. Aposte em: Chocolate amargo (estimula dopamina); Ovos (rico em colina e testosterona); Ostras (altamente ricas em zinco); Nozes e sementes (melhoram a circulação sanguínea); Abacate (fonte de gorduras boas que regulam os hormônios).
Reduzir o estresse: Técnicas como meditação, respiração profunda e pausas na rotina podem ajudar a equilibrar o sistema nervoso e reativar o desejo.
Evite toxinas e estimulantes: O consumo excessivo de álcool, cigarro e cafeína pode comprometer a circulação sanguínea e impactar negativamente a libido.