Quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

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Política “Lição de casa ficou mais difícil com dinheiro mais escasso para países emergentes”, diz o presidente do Banco Central

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Para 2024, a equipe econômica prometeu zerar o déficit das contas públicas.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Para 2024, a equipe econômica prometeu zerar o déficit das contas públicas. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, comentou durante evento, nessa segunda-feira (23), que o aperto da liquidez global, em meio aos juros mais altos nos Estados Unidos, pode afetar economias emergentes de “forma mais severa”.

“A barra ficou mais alta, agora tem que fazer melhor”, disse o chefe do BC, que pediu, ainda, a aprovação no Congresso do pacote enviado pelo governo para elevar receitas, em busca da reversão do déficit das contas primárias.

“O dever de casa ficou um pouco mais difícil porque a liquidez está mais apertada”, reforçou Campos Neto, ao lembrar que, com a redução dos fluxos de capital em direção a emergentes, o mercado está mais exigente em relação ao ajuste das contas públicas.

Durante o evento “Reflexão sobre o cenário econômico brasileiro”, organizado pelo Estadão, Campos Neto julgou que o governo tem se esforçado, lembrando da manutenção da meta de inflação e a aprovação do arcabouço fiscal. “Foi feita bastante coisa.”

Para 2024, a equipe econômica prometeu zerar o déficit das contas públicas. Entretanto, depende de um aumento de arrecadação de R$ 168,5 bilhões em medidas que precisam ser aprovadas pelo Congresso.

Conforme Campos Neto, além de estudar a causa da elevação dos juros no mundo desenvolvido, é necessário entender o efeito que isso gera em liquidez nos mercados. Segundo ele, essa conta não está sendo feita com grande clareza. O presidente do BC citou o exemplo de que os países desenvolvidos pagavam até no passado recente menos de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) para rolagem de suas dívidas.

“Agora estamos saindo de 0,8% para 3,5%, 4%. Isso significa 3% a mais do PIB na média do mundo desenvolvido de custo de rolagem de dívida. Se pegar a soma de dívida de todo mundo, tem mais ou menos de 108% do PIB de dívida com um custo de 3% a mais. De onde vem esse dinheiro?”, questionou Campos Neto para em seguida afirmas que os leilões de Treasuries (títulos do Tesouro dos EUA) têm sido maiores, caso que tem se replicado na Europa e causado encolhimento da liquidez global.

Campos Neto disse que recebeu nesta segunda um gráfico mostrando que o custo da rolagem de dívida das empresas pequenas americanas já está em 10%.

“E a gente vê empresas americanas maiores e boas fazendo emissões entre 7,5%, 8% e você começa a ter o enforcamento da liquidez”, disse. Ele destacou que a cada seis meses estes juros ficam mais altos e é preciso rolar a dívida.

“Aí são mais seis meses pra frente de rolagem de dívida a um custo maior do que era antes. E de onde vem essa liquidez? Primeiro ela vem do mundo corporativo dos desenvolvidos e depois dos emergentes. É saber o quanto o mundo desenvolvido, por ter uma dívida tão alta, está sugando de liquidez”, reforçou Campos Neto.

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