Domingo, 09 de março de 2025
Por Redação O Sul | 4 de agosto de 2024
Ameaçada de prisão após as eleições, María Corina Machado disse que está escondida e que teme pela sua vida em artigo ao jornal americano “The Wall Street Journal”. Ela é a principal opositora do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e está sendo investigada pelo Ministério Público venezuelano, alinhado a Maduro, junto com o candidato de oposição Edmundo González.
Maduro já declarou que seus dois opositores “têm que estar atrás das grades” e os convocou a “deixarem de ser covardes” e “se apresentarem ao MP para dar a cara a tapa”. O presidente também prometeu que “a Justiça vai chegar” para eles.
Corina Machado disse que escreveu o artigo “escondida, temendo pela minha vida, minha liberdade e dos meus compatriotas sob a ditadura liderada por Nicolás Maduro”. No texto, entitulado “Posso provar que Maduro foi derrotado”, a opositora reiterou o pedido de apoio da comunidade internacional.
“A maior parte da nossa equipe está escondida e, depois que sete missões diplomáticas foram expulsas da Venezuela, meus assessores na embaixada argentina estão sendo protegidos pelo governo do Brasil. Posso ser capturada enquanto escrevo estas palavras”.
Machado e González lideraram uma manifestação em Caracas na terça-feira (30), mas não são vistos em público desde então. Maduro colocou as Forças Armadas e policiais nas ruas da Venezuela para coibir as manifestações e pediu a prisão de pessoas envolvidas nos protestos e seus organizadores.
Favorita para derrotar Maduro nas eleições, Corina Machado foi impedida de concorrer em janeiro pelo Supremo Tribunal de Justiça venezuelano, alinhado ao presidente.
Entenda
Maduro foi declarado vencedor das eleições do último domingo (28) com 51,2% dos votos pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) na segunda-feira (29). O resultado é contestado pela oposição e pela comunidade internacional, que acusam a autoridade eleitoral venezuelana, alinhada a Maduro, de falta de transparência e demandam a publicação dos resultados das urnas.
A oposição de Maduro afirma que Edmundo González venceu as eleições com 67% dos votos –contra 30% do presidente– e realiza uma apuração paralela das atas eleitorais. Em meio a protestos nacionais contra o governo que tomaram o país nesta semana, Corina Machado exigiu que o CNE liberasse as atas.