Segunda-feira, 06 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 4 de janeiro de 2025
Opositor venezuelano (D) cumprimentou centenas de apoiadores que estavam em frente à sede da Presidência
Foto: ReproduçãoO líder da oposição da Venezuela, Edmundo González Urrutia, se reuniu neste sábado (04) com o presidente da Argentina, Javier Milei, em Buenos Aires. González publicou no X antes da reunião destacando que abordariam “a situação política venezuelana, seu impacto na região e os dias que virão”.
Após o encontro, Milei e González cumprimentaram venezuelanos que estavam reunidos na Praça de Maio, em frente à Casa Rosada, sede do governo argentino. O líder da oposição venezuelana também tinha reuniões previstas com ministros, deputados e outras personalidades da Argentina, segundo informou sua equipe à imprensa.
Na tarde deste sábado, ele viajará ao Uruguai, onde está marcada uma reunião com o presidente Luis Lacalle Pou. O governo do Uruguai, por sua vez, informou que o chefe de Estado e o chanceler Omar Paganini receberão González na residência presidencial.
O líder da oposição, que em setembro partiu em busca de asilo na Espanha, recebeu o apoio de vários países – como Argentina, Estados Unidos e Equador, cujos governos o reconhecem como presidente eleito.
Ele garante que retornará à Venezuela para assumir a Presidência em 10 de janeiro, quando começa um novo período de governo. Por sua vez, o presidente Nicolás Maduro rejeita estas afirmações e garante que está pronto para iniciar um novo mandato.
Entenda a crise na Venezuela
A oposição venezuelana e a maioria da comunidade internacional não reconhecem os resultados oficiais das eleições presidenciais de 28 de julho, anunciados pelo CNE (Conselho Nacional Eleitoral) da Venezuela, que dão vitória a Nicolás Maduro com mais de 50% dos votos.
Os resultados do CNE nunca foram corroborados com a divulgação das atas eleitorais que detalham a quantidade de votos por mesa de votação. A oposição, por sua vez, publicou as atas que diz ter recebido dos seus fiscais partidários e que dariam a vitória por quase 70% dos votos para o ex-diplomata Edmundo González, aliado de María Corina Machado, líder opositora que foi impedida de se candidatar.
O chavismo afirma que 80% dos documentos divulgados pela oposição são falsificados. Os aliados de Maduro, no entanto, não mostram nenhuma ata eleitoral. O Ministério Público da Venezuela, por sua vez, iniciou uma investigação contra González pela publicação das atas, alegando usurpação de funções do poder eleitoral.
O opositor foi intimado três vezes a prestar depoimento sobre a publicação das atas e acabou se asilando na Espanha no início de setembro, após ter um mandado de prisão emitido contra ele.
Diversos opositores foram presos desde o início do processo eleitoral na Venezuela. Somente depois do pleito de 28 de julho, pelo menos 2.400 pessoas foram presas e 24 morreram, segundo organizações de Direitos Humanos.