Terça-feira, 29 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 30 de julho de 2024
O líder opositor Freddy Superlano foi detido nessa terça-feira (30) pelas autoridades venezuelanas, denunciou seu partido Vontade Popular (VP). A legenda fez um alerta sobre uma “escalada repressiva” em meio aos protestos contra reeleição do presidente Nicolás Maduro. Em um vídeo divulgado nas redes sociais, que supostamente seria do momento da detenção, é possível ver o político sendo levado por agentes da Inteligência Bolivariana e se desfazendo de seu celular.
“Devemos denunciar responsavelmente ao país que há poucos minutos foi sequestrado o nosso coordenador político nacional, Freddy Superlano”, anunciou na rede social X o partido VP, que incluiu um vídeo na mensagem, que mostra o momento da detenção.
Parte da comunidade internacional, incluindo o Brasil, pede mais transparência em torno do processo eleitoral que aconteceu no domingo passado no país vizinho. O Conselho Nacional Eleitoral declarou que o presidente Nicolás Maduro foi eleito para um terceiro mandato, mas a oposição afirma ter provas de que o vencedor foi o diplomata Edmundo González Urrutia.
Nessa terça-feira, o país foi palco de protestos contra o governo e a favor enquanto aumenta, paralelamente, a tensão na frente da Embaixada da Argentina em Caracas, onde há mais de dois meses estão abrigados seis opositores do regime ligados à líder opositora María Corina Machado.
Dados do Ministério Público da Venezuela mostram que os confrontos teriam causado a morte de um membro da Guarda Armada Nacional Bolivariana e ferido outros 48 membros das forças de segurança, resultando na prisão de 749 pessoas. Enquanto a Organização Não Governamental (ONG) venezuelana Foro Penal calcula que seis manifestantes foram mortos desde a última segunda-feira (29).
O MP afirmou que sedes do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), estátuas e outras instituições públicas, como prefeituras e sedes do PSUV (partido do governo), foram atacadas e vandalizadas por grupos insatisfeitos com o resultado eleitoral.
Na segunda, em encontro com Maduro, o assessor para assuntos internacionais do Palácio do Planalto, Celso Amorim, pediu que a missão argentina seja preservada de possíveis ataques de simpatizantes chavistas.
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Segundo interlocutores da área diplomática, essa preocupação foi transmitida ao ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, pela chanceler argentina, Diana Mondino, e repassada a Amorim. Há fortes rumores sobre uma possível invasão à embaixada e alertas que partiram da própria oposição.