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Líder da oposição no Senado, Rogério Marinho diz que o ministro Alexandre de Moraes não tem condições de continuar à frente de investigações

Rogério Marinho disse ainda que a conduta do ministro reforça os pedidos de impeachment contra ele defendidos pela oposição. (Foto: Pedro França/Agência Senado)

O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), afirmou na última quarta-feira (20) que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes não tem condições de conduzir o inquérito que apura a suposta tentativa de golpe de Estado em 2022.

O magistrado é o relator da investigação que resultou na Operação Contragolpe, deflagrada pela Polícia Federal na terça (19). Segundo a PF, os investigados planejam assassinar o presidente Lula (PT), o vice Geraldo Alckmin (PSB) e o próprio ministro.

Moraes citou a si mesmo 44 vezes na decisão que autorizou a operação, reproduzindo menções feitas a ele na investigação. Em entrevista à Folha de S. Paulo, Marinho apontou que o magistrado seria uma das “vítimas”, por isso não poderia julgar o caso.

“Eu acho que o ministro Alexandre de Moraes não tem nenhuma condição de continuar à frente desse processo, ele claramente é parte do processo. Não há nenhuma imparcialidade em quem se afirma vítima. Então ele não teria nenhuma condição de ser o juiz julgador”, disse o senador, que foi ministro do Desenvolvimento Regional do governo Bolsonaro.

Marinho disse ainda que a conduta do ministro reforça os pedidos de impeachment contra ele defendidos pela oposição. “O ministro continua reiterando os motivos que ensejaram o pedido de abertura desse processo de impedimento. Ele comete claramente abuso”, disse o parlamentar à Folha.

O senador ressaltou que o STF deve usar o “rito processual”. Segundo ele, os ministros “estão fazendo agora justamente o que acusaram que acontecia na Lava Jato: prisões longas para se tentar confissões, busca e apreensão de celulares atrás de provas que não estavam dentro do processo originário, para criar outros inquéritos”.

Para o líder da oposição, o Brasil vive um “estado de exceção”. Ele apontou que há uma tentativa de vincular o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao suposto planejamento de um golpe com o assassinato de autoridades.

“Mas mesmo os trechos que foram publicados pela imprensa mostram que não havia nenhum estímulo por parte do presidente, pelo contrário”, afirmou. Marinho classificou os quatro militares e o policial federal presos na operação como “aloprados”.

“Há um diálogo que foi publicado onde claramente as pessoas, os aloprados que estão falando nesse diálogo, reclamam que o presidente quer jogar dentro da Constituição”, disse. O senador fez referência a um dos diálogos obtidos pela PF entre dois investigados, no qual um deles faz referência a uma frase dita de forma recorrente por Bolsonaro sobre atuar dentro das “quatro linhas da Constituição”.

“O senhor me desculpe a expressão, mas quatro linhas é o c****. Quatro linhas da Constituição é o c*****. Nós estamos em guerra, eles estão vencendo, está quase acabando e eles não deram um tiro por incompetência nossa. Incompetência nossa, é isso”, disse um dos investigados em uma troca de mensagens, segundo o relatório da PF. As informações são da Gazeta do Povo.

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