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Política Líder do governo tenta reunir Lula com o presidente da Câmara dos Deputados mas tensão pode adiar a conversa

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O presidente da Câmara tem reclamado da atuação de Alexandre Padilha e do suposto descumprimento de acordos feitos pelo auxiliar de Lula com o Legislativo.

Foto: José Cruz/Agência Brasil
Do total liberado pelo Ministério da Saúde entre janeiro e abril, 61% do recurso foi destinado aos parlamentares. (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

Devido ao clima bélico entre integrantes do Palácio do Planalto e a cúpula da Câmara dos Deputados, o líder do governo na Casa, José Guimarães (PT-CE), tenta articular um encontro ainda nesta semana entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Mas o clima tenso entre os Poderes, especialmente entre Lira e o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), pode adiar a conversa para depois do Carnaval.

Desde o fim do ano passado, o presidente da Câmara tem reclamado da atuação de Padilha e do suposto descumprimento de acordos feitos pelo auxiliar de Lula com o Legislativo.

A crise escalou e na segunda-feira (5), durante a sessão de abertura do ano legislativo, Lira enviou recados ao Palácio do Planalto e fez cobranças para que o governo mude de postura.

O novo capítulo da crise contribuiu para que aliados de Lula reforçassem a tese de que o presidente precisa entrar em campo para tentar restabelecer a boa relação entre os Poderes.

Desde então, José Guimarães tenta articular o encontro para que a crise seja página virada após o Carnaval, quando os trabalhos do Congresso realmente devem engatar em 2024.

Membros da base aliada entendem a urgência da reunião de alinhamento entre Lira e Lula, mas avaliam que a melhor alternativa é aguardar um distensionamento para que o encontro aconteça.

Além disso, governistas acreditam que é importante esperar “o timing adequado” para que o petista possa digerir as reclamações do alagoano e para que o parlamentar do PP “não esteja com os ânimos à flor da pele”.

“A conversa tem que ocorrer, mas para que ela seja eficaz é importante que esse tensionamento de agora tenha arrefecido um pouco”, avalia um parlamentar da base governista.

Para interlocutores de Lira, a conversa também precisa sair do papel, mas há a leitura de que o diálogo com Padilha só será restabelecido quando entregas prometidas começarem a ser feitas.

Aliados do presidente da Câmara revelam ainda que o governo petista precisa admitir que a relação não está boa e “fazer por onde melhorar o que está ruim”.

Há o incômodo com a posição de auxiliares de Lula, que buscaram, na avaliação de parlamentares do Centrão, minimizar as reclamações e cobranças feitas por Lira.

Além da crise, a agenda de Lula, que estará em Minas Gerais nesta quinta-feira (8), também é um obstáculo para que a reunião aconteça nos próximos dias.

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