Domingo, 26 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 7 de fevereiro de 2024
O presidente da Câmara tem reclamado da atuação de Alexandre Padilha e do suposto descumprimento de acordos feitos pelo auxiliar de Lula com o Legislativo.
Foto: José Cruz/Agência BrasilDevido ao clima bélico entre integrantes do Palácio do Planalto e a cúpula da Câmara dos Deputados, o líder do governo na Casa, José Guimarães (PT-CE), tenta articular um encontro ainda nesta semana entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Mas o clima tenso entre os Poderes, especialmente entre Lira e o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), pode adiar a conversa para depois do Carnaval.
Desde o fim do ano passado, o presidente da Câmara tem reclamado da atuação de Padilha e do suposto descumprimento de acordos feitos pelo auxiliar de Lula com o Legislativo.
A crise escalou e na segunda-feira (5), durante a sessão de abertura do ano legislativo, Lira enviou recados ao Palácio do Planalto e fez cobranças para que o governo mude de postura.
O novo capítulo da crise contribuiu para que aliados de Lula reforçassem a tese de que o presidente precisa entrar em campo para tentar restabelecer a boa relação entre os Poderes.
Desde então, José Guimarães tenta articular o encontro para que a crise seja página virada após o Carnaval, quando os trabalhos do Congresso realmente devem engatar em 2024.
Membros da base aliada entendem a urgência da reunião de alinhamento entre Lira e Lula, mas avaliam que a melhor alternativa é aguardar um distensionamento para que o encontro aconteça.
Além disso, governistas acreditam que é importante esperar “o timing adequado” para que o petista possa digerir as reclamações do alagoano e para que o parlamentar do PP “não esteja com os ânimos à flor da pele”.
“A conversa tem que ocorrer, mas para que ela seja eficaz é importante que esse tensionamento de agora tenha arrefecido um pouco”, avalia um parlamentar da base governista.
Para interlocutores de Lira, a conversa também precisa sair do papel, mas há a leitura de que o diálogo com Padilha só será restabelecido quando entregas prometidas começarem a ser feitas.
Aliados do presidente da Câmara revelam ainda que o governo petista precisa admitir que a relação não está boa e “fazer por onde melhorar o que está ruim”.
Há o incômodo com a posição de auxiliares de Lula, que buscaram, na avaliação de parlamentares do Centrão, minimizar as reclamações e cobranças feitas por Lira.
Além da crise, a agenda de Lula, que estará em Minas Gerais nesta quinta-feira (8), também é um obstáculo para que a reunião aconteça nos próximos dias.