Terça-feira, 11 de março de 2025
Por Redação O Sul | 10 de março de 2025
O deputado Lindbergh Farias (PT), líder da bancada do PT na Câmara dos Deputados, afirmou que seu partido só aceitará a indicação de Eduardo Bolsonaro (PL) para presidir a Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara (CREDN) caso o parlamentar esteja sem passaporte. A declaração foi dada em uma entrevista ao blog da jornalista Andréia Sadi, no G1. Lindbergh deixou claro que a posição do PT é firme em relação à candidatura de Eduardo Bolsonaro para comandar uma comissão tão estratégica como a CREDN.
“Nós fizemos esse movimento mesmo [pedir a apreensão do passaporte] para evitá-lo na CREDN. Aceitamos qualquer nome, menos o dele. O dele só se for sem passaporte”, afirmou Lindbergh, em um tom enfático. O líder petista argumentou que a nomeação de Eduardo Bolsonaro para a presidência da CREDN seria prejudicial ao País, uma vez que ele poderia usar a comissão para estabelecer alianças com governos estrangeiros, indo contra os interesses nacionais e atacando instituições como o Supremo Tribunal Federal (STF). Para o PT, a possibilidade de Eduardo usar sua posição para desestabilizar o Brasil é uma preocupação central.
A liderança das comissões na Câmara dos Deputados é decidida de acordo com o tamanho das bancadas. Como o PL é atualmente a maior sigla da Casa, o partido tem a prioridade na escolha dos cargos nas comissões, incluindo a CREDN. Cada partido apresenta um nome para presidir as comissões, e a eleição é feita por meio de votação secreta entre os membros da comissão. Para um candidato ser eleito, é necessário obter mais da metade dos votos. Se a primeira rodada não resultar em uma escolha, ocorre uma segunda votação, onde vence quem obtiver mais votos a favor, desde que a maioria dos membros da comissão esteja presente.
O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), já havia confirmado ao Estadão que Eduardo Bolsonaro assumiria a presidência da CREDN, comissão responsável por discutir temas de grande importância, como as relações diplomáticas e a política externa do Brasil. No entanto, a confirmação da nomeação de Eduardo gerou uma reação imediata do PT, que iniciou uma ofensiva para barrar a indicação.
Lindbergh Farias, como parte dessa estratégia, chegou a solicitar à Procuradoria-Geral da República (PGR) a apreensão do passaporte de Eduardo Bolsonaro, além de pedir uma investigação sobre possíveis crimes cometidos pelo deputado. Esse movimento ocorre após Eduardo Bolsonaro ter articulado com membros do governo dos Estados Unidos um projeto que visava impedir a entrada do ministro Alexandre de Moraes, do STF, no País, o que aumentou a gravidade das ações do deputado e justificou a ação do PT. (Estadão Conteúdo)