Quinta-feira, 09 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 9 de janeiro de 2025
María Corina fez a primeira aparição pública em cinco meses nesta quinta ao discursar para manifestantes.
Foto: ReproduçãoA oposição da Venezuela afirmou que a líder María Corina Machado foi liberada após ter sido sequestrada nesta quinta-feira (9). Juan Pappier, diretor da Human Rights Watch para as Américas, também informou que ela foi solta.
“Durante seu sequestro, ela foi forçada a gravar vários vídeos e depois foi liberada. Nas próximas horas, ela se dirigirá ao país para explicar os acontecimentos”, adicionaram.
O ministro da Informação do governo da Venezuela, Freddy Ñáñez, afirmou que as notícias sobre a detenção de Machado eram “distração da mídia”.
“A tática de distração da mídia não é nova, portanto ninguém deve se surpreender. Menos ainda vindo de fascistas que são os arquitetos do engano. Há poucos minutos, a direita vendeu a ideia de que [Machado] havia sido atacada e detida por ‘motociclistas do regime’”, pontuou o ministro no Telegram.
Delcy Rodríguez, vice-presidente da Venezuela, ironizou o caso em uma publicação nas redes sociais, chamando o suposto sequestro de “espetáculo” e que os protestos convocados pela oposição falharam.
“Quem faria tal espetáculo para encobrir o fracasso retumbante de sua decisão hoje? A louca não precisou de microfone para se fazer ouvir. Um cigarro foi suficiente diante de tão baixo comparecimento”, disse, em referência a Machado.
Edmundo González, que disputou a Presidência com Nicolás Maduro e a oposição diz ser o verdadeiro eleito, afirmou que o fato de ela “estar livre não minimiza o fato de que o que aconteceu foi ela ter sido sequestrada em condições de violência”.
Entenda o caso
A oposição diz que a sua principal líder, María Corina Machado, foi presa enquanto saía de uma manifestação contra o presidente Nicolás Maduro nesta quinta na região de Caracas, capital do país. As informações foram divulgadas pela imprensa local. María Corina fez a primeira aparição pública em cinco meses nesta quinta ao discursar para manifestantes na região de Chacao, nos arredores da capital venezuelana.
O partido da opositora disse em uma rede social que membros do regime Maduro atacaram motos que estavam transportando María Corina Machado.
“María Corina foi interceptada violentamente ao sair da concentração em Chacao”, publicou o Comando ConVzla, que é a coalizão da oposição.
Em agosto, em um artigo no “The Wall Street Journal”, ela afirmou que estava escondida por temer pela própria vida.
Perseguições
A oposição denuncia regularmente a prisão de pessoas contrárias ao regime Maduro de forma arbitrária, no que eles classificam como sequestro. Uma das últimas vítimas foi o genro de González, que foi detido por homens encapuzados na segunda-feira (6).
“Homens encapuzados e vestidos de preto o interceptaram, colocaram-no em uma caminhonete dourada, placa AA54E2C, e o levaram embora. Neste momento ele está desaparecido”, afirmou González na segunda-feira. O genro de González continua desaparecido.
O próprio opositor é alvo de um mandado de prisão. Autoridades venezuelanas distribuíram cartazes oferecendo uma recompensa de US$ 100 mil por informações que o levassem para a cadeia. Já María Corina Machado afirmou nesta semana que agentes do regime Maduro cercaram a casa da mãe dela, que tem 84 anos. Segundo a líder opositora, a luz na região foi cortada.
“Colocaram postos de controle em toda a região e a sobrevoaram com drones”, escreveu. “Minha mãe tem 84 anos, está doente, com problemas crônicos de saúde. Maduro e companhia, vocês não têm limite em sua maldade. Covardes”, finalizou.
Protestos
Os partidos de oposição da Venezuela e civis realizam protestos em todo o país em um esforço para pressionar o presidente Nicolás Maduro. Os atos acontecem um dia antes da posse presidencial. Tanto a oposição quanto os chavistas reivindicam vitória nas eleições ocorridas em 28 de julho.
A autoridade eleitoral e o tribunal superior do país, ambos controlados por apoiadores de Maduro, afirmam que Maduro venceu o pleito de julho, embora nunca tenham publicado os resultados detalhados. Já a oposição diz que Edmundo González, de 75 anos, venceu a eleição com uma vitória esmagadora. O partido publicou as contagens de votos como evidência, ganhando o apoio de governos de todo o mundo, inclusive dos Estados Unidos, que consideram o opositor como o presidente eleito.
González, que está em visita à República Dominicana nesta quinta, prometeu que estará em Caracas para tomar posse nesta sexta (10). Ele deixou a Venezuela em setembro e se asilou na Espanha. O governo Maduro, que tem acusado a oposição de fomentar conspirações fascistas contra ele, disse que prenderá González caso ele retorne ao país. As informações são do portal de notícias g1.