Sexta-feira, 03 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 28 de setembro de 2024
Líder supremo do Irã diz que morte de chefe do Hezbollah no Líbano “não ficará sem vingança”. As informações são da agência de notícias Reuters. A declaração de Ali Khamenei foi dada nesse sábado (28), após a morte de Hassan Nasrallah, líder da milícia xiita radical libanesa, em um bombardeio israelense.
O Irã, que apoia e financia o Hezbollah, decretou luto oficial de cinco dias pela morte do chefe do grupo libanês. Khamenei também afirmou, mais cedo, que o Líbano fará Israel “se arrepender” dos bombardeios em série promovidos por Israel desde a última semana. O líder supremo do Irã acrescentou que é obrigação de todo muçulmano apoiar o povo do Líbano e o Hezbollah, e chamou o governo de Israel de “usurpador, opressivo e perverso”.
Khamenei afirmou ainda que é obrigação de todo muçulmano apoiar o povo do Líbano e o Hezbollah “com quaisquer meios que tenham” e ajudar a confrontar o “regime usurpador, opressivo e perverso” de Israel.
Os bombardeios de Israel no Líbano, segundo o governo israelense, têm como alvo o grupo extremista, que nasceu no Líbano, mas é financiado pelo Irã e aliado ao Hamas. No entanto, os ataques já deixaram centenas de mortos e provocaram o maior êxodo de libaneses desde a guerra de 2006.
Tensão crescente
Há um grande temor pelo mundo de que o Irã se envolva nesta nova etapa da guerra no Oriente Médio para combater o avanço de Israel contra os países árabes.
Nesse sábado, sirenes soaram em Tel Aviv e em outras áreas do Centro de Israel devido a um míssil lançado do Iêmen pelas forças houtis, segundo agências de notícias. Os rebeldes houtis, assim como o Hezbollah, são financiados pelo Irã. O míssil balístico teria sido interceptados pelos sistemas de defesa, e não há relatos de feridos.
O líder do Irã afirmou que o destino da região “será determinado pelas forças de resistência, com o Hezbollah na vanguarda”.
“Todas as forças na região estão ao lado e apoiam o Hezbollah. Deixe os criminosos saberem que eles são muito insignificantes para causar qualquer dano grave à forte estrutura do Hezbollah no Líbano”, disse Khamenei.
Khamenei também disse que Israel “não aprendeu nenhuma lição com a guerra criminal de um ano em Gaza”.
Envio de tropas
De acordo com um dos porta-vozes do Irã para assuntos internacionais, o aiatolá Mohammad Hassan Akhtari, o país iniciará a convocação de tropas para enviá-las ao Líbano nos próximos dias. À rede americana NBC News, a autoridade afirmou ainda que militares podem ser “enviados às Colinas do Golã”, que, no entanto, são controladas por Israel. As declarações aumentam o temor de que expansão regional do conflito. Teerã sabe que uma guerra aberta com Israel envolveria riscos elevados e outros atores externos, como os EUA.
Saiba mais
Os conflitos começaram em 7 de outubro do ano passado, quando o grupo extremista Hamas atacou uma festa rave em Israel e outros pontos do país, deixando mais de 1.200 mortos e sequestrando centenas de israelenses.
Israel passou a atacar a Faixa de Gaza na sequência, alegando que o alvo eram integrantes do Hamas. No entanto, os ataques que ocorrem desde então devastaram a região da e deixaram mais de 40 mil palestinos mortos, a grande maioria de civis.
Em apoio ao Hamas, o Hezbollah também começou a atacar Israel ainda no ano passado. O conflito entre o exército israelense e o grupo libanês permanece desde então, mas se intensificou na semana passada, após explosões em série de pagers e walkie-talkies de membros do Hezbollah, que acusam Israel pelo ataque.