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Líder supremo do Irã, que apoia o Hezbollah, diz que Israel “vai se arrepender de suas ações”

Aiatolá Ali Khamenei disse que morte de chefe de Hezbollah "não ficará sem vingança". (Foto: Escritório do Líder Supremo do Irã)

Líder supremo do Irã diz que morte de chefe do Hezbollah no Líbano “não ficará sem vingança”. As informações são da agência de notícias Reuters. A declaração de Ali Khamenei foi dada nesse sábado (28), após a morte de Hassan Nasrallah, líder da milícia xiita radical libanesa, em um bombardeio israelense.

O Irã, que apoia e financia o Hezbollah, decretou luto oficial de cinco dias pela morte do chefe do grupo libanês. Khamenei também afirmou, mais cedo, que o Líbano fará Israel “se arrepender” dos bombardeios em série promovidos por Israel desde a última semana. O líder supremo do Irã acrescentou que é obrigação de todo muçulmano apoiar o povo do Líbano e o Hezbollah, e chamou o governo de Israel de “usurpador, opressivo e perverso”.

Khamenei afirmou ainda que é obrigação de todo muçulmano apoiar o povo do Líbano e o Hezbollah “com quaisquer meios que tenham” e ajudar a confrontar o “regime usurpador, opressivo e perverso” de Israel.

Os bombardeios de Israel no Líbano, segundo o governo israelense, têm como alvo o grupo extremista, que nasceu no Líbano, mas é financiado pelo Irã e aliado ao Hamas. No entanto, os ataques já deixaram centenas de mortos e provocaram o maior êxodo de libaneses desde a guerra de 2006.

Tensão crescente

Há um grande temor pelo mundo de que o Irã se envolva nesta nova etapa da guerra no Oriente Médio para combater o avanço de Israel contra os países árabes.

Nesse sábado, sirenes soaram em Tel Aviv e em outras áreas do Centro de Israel devido a um míssil lançado do Iêmen pelas forças houtis, segundo agências de notícias. Os rebeldes houtis, assim como o Hezbollah, são financiados pelo Irã. O míssil balístico teria sido interceptados pelos sistemas de defesa, e não há relatos de feridos.

O líder do Irã afirmou que o destino da região “será determinado pelas forças de resistência, com o Hezbollah na vanguarda”.

“Todas as forças na região estão ao lado e apoiam o Hezbollah. Deixe os criminosos saberem que eles são muito insignificantes para causar qualquer dano grave à forte estrutura do Hezbollah no Líbano”, disse Khamenei.

Khamenei também disse que Israel “não aprendeu nenhuma lição com a guerra criminal de um ano em Gaza”.

Envio de tropas

De acordo com um dos porta-vozes do Irã para assuntos internacionais, o aiatolá Mohammad Hassan Akhtari, o país iniciará a convocação de tropas para enviá-las ao Líbano nos próximos dias. À rede americana NBC News, a autoridade afirmou ainda que militares podem ser “enviados às Colinas do Golã”, que, no entanto, são controladas por Israel. As declarações aumentam o temor de que expansão regional do conflito. Teerã sabe que uma guerra aberta com Israel envolveria riscos elevados e outros atores externos, como os EUA.

Saiba mais

Os conflitos começaram em 7 de outubro do ano passado, quando o grupo extremista Hamas atacou uma festa rave em Israel e outros pontos do país, deixando mais de 1.200 mortos e sequestrando centenas de israelenses.

Israel passou a atacar a Faixa de Gaza na sequência, alegando que o alvo eram integrantes do Hamas. No entanto, os ataques que ocorrem desde então devastaram a região da e deixaram mais de 40 mil palestinos mortos, a grande maioria de civis.

Em apoio ao Hamas, o Hezbollah também começou a atacar Israel ainda no ano passado. O conflito entre o exército israelense e o grupo libanês permanece desde então, mas se intensificou na semana passada, após explosões em série de pagers e walkie-talkies de membros do Hezbollah, que acusam Israel pelo ataque.

 

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