Segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 23 de junho de 2017
Líderes de países europeus estão fazendo pressão sobre empresas de tecnologia, como Facebook, Twitter e Google, para que conteúdos extremistas sejam eliminados das redes sociais. Os chefes de Estado e de governo da União Europeia estão reunidos em Bruxelas para discutir, entre outros assuntos, formas de combate ao terrorismo. No documento que estão formulando, pedirão que essas companhias desenvolvam métodos para identificar e remover automaticamente materiais que possam incitar violência.
A região vem sofrendo ataques terroristas com cada vez mais frequência. No início da semana, a polícia belga matou a tiros um suspeito que tentava detonar uma explosivos na estação central de Bruxelas. No Reino Unido, um atentado a bomba em Manchester, no mês passado, matou 22 pessoas. A primeira-ministra britânica, Theresa May, pediu medidas restritivas contra a propaganda terrorista na internet após os últimos ataques em Londres. Seu governo também quer ter mais poder para monitorar as comunicações pela internet, inclusive em plataformas de mensagens de texto.
Em resposta às críticas, as empresas começaram a agir com mais rigor para censurar esses conteúdos. A Google, por exemplo, está elaborando novas políticas para suprimir conteúdos relacionados ao terrorismo de plataformas como o YouTube. O Facebook, que já havia anunciado a contratação de mais pessoas para filtrar manualmente conteúdos questionáveis, informou que usará recursos de inteligência artificial capazes de compreender outros idiomas e analisar imagens, para evitar que terroristas usem o site para recrutamento.
Em entrevista à CNN, Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, afirmou que a empresa agora vai assumir uma nova missão. Sua ideia é “dar às pessoas o poder de construir a comunidade e aproximar o mundo”. Esta é a primeira vez que a empresa modifica seu objetivo principal, que antes era o de “dar às pessoas o poder de compartilhar e tornar o mundo mais aberto e conectado”. O Facebook tem lutado contra uma série de questões nos últimos meses, como a proliferação de notícias falsas e a transmissão ao vivo de assassinatos. Foram estes fatos que motivaram Zuckerberg a reavaliar a missão da rede. Ele acredita que tem a ferramenta certa para desenvolver o novo trabalho: o “Facebook Groups”, usado atualmente por 1 bilhão de pessoas.
“Podemos ajudar a criar um debate mais civil e produtivo sobre alguns dos grandes problemas”, disse.
A rede realizou sua primeira “Cúpula das Comunidades”, em Chicago, que contou com 300 administradores do “Facebook Groups”. Essas pessoas representam a variedade de grupos que surgiram na rede social, incluindo mórmons que apoiam seus filhos homossexuais, pessoas que sofrem de doenças raras, entre outros. (AG)