Um grupo de líderes partidários informou na terça-feira (08) ao governo de transição que o Congresso Nacional aceitaria sem resistências uma PEC de Transição no valor de R$ 80 bilhões.
O montante seria o suficiente para garantir um Bolsa Família de R$ 600 e um aumento real do salário mínimo no próximo ano, promessas também feitas pelo atual presidente Jair Bolsonaro (PL).
O recado também transmitido ao governo petista é de que tanto o PP como o PL não aceitarão um valor fora do teto de gastos acima de R$ 100 bilhões, mesma posição manifestada por integrantes do mercado financeiro.
Diante do recado dos líderes partidários, dirigentes petistas já falam em um montante de meio-termo de R$ 105 bilhões. Um montante de R$ 80 bilhões é pouco menos da metade dos R$ 175 bilhões propostos pelo governo de transição.
“A PEC tem que ser absolutamente consensual ou então não tramita no prazo necessário. E, de consensual, nós temos o auxílio de R$ 600 e o ganho real do salário mínimo, que foram promessas dos dois candidatos.
Acho que isso na faixa dos R$ 80 bilhões, nós temos como tramitar, sem nenhum parlamentar contra”, disse o líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR).
O líder do PDT na Câmara dos Deputados, André Figueiredo (CE), ressaltou que tem compreensão de que é necessária uma PEC, mas salientou a necessidade de celeridade no processo.
“Para tramitar uma PEC, são necessárias 20 sessões. Então, nós temos que afunilar nesse caminho para que possamos ter essa garantia de que já no 1º de janeiro nós teremos esse auxílio de R$ 600”, afirmou. O assunto tem sido discutido nesta quarta-feira (09) pelo presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.