A escolha do economista e funcionário do BNDES Marco Aurélio Santos Cardoso para secretário estadual da Fazenda significa que ficará menos exposto a pressões. Ao longo de muitos governos, quando o cargo foi exercido por um integrante do quadro, os colegas tiveram mais facilidade no atendimento de suas reivindicações. Negar era motivo de constrangimento. A circunstância se agravava quando, encerrada a gestão, o titular voltava à planície.
A atuação de Cardoso, que virá do Rio de Janeiro, será no sentido de conter despesas de forma rigorosa e sem precedentes.
Modelo exportação
O futuro governador de Minas Gerais, Romeu Zema, também localizou o seu secretário da Fazenda no Rio de Janeiro. Gustavo Barbosa exerce o mesmo cargo no Estado do Rio de Janeiro e conduziu com êxito a renegociação da dívida com a União.
Queda de braço
Começa nos bastidores o embate entre os LPs (loucos por cargos) e o GP (grupo palaciano). O futuro governador Eduardo Leite ofereceu cargos ao MDB e José Ivo Sartori diz: “Os eleitores decidiram que o partido deve estar na oposição.”
Porém, não é o suficiente para encerrar o episódio.
Onde ficar
A senadora Ana Amélia Lemos está sendo cogitada para assumir no 1º escalão do governo federal. A função com melhor resultado seria a de ministra ou secretária especial da Articulação Política. Conhecimento de mais de 30 anos do Congresso Nacional, mais trânsito livre em todas as bancadas são credenciais que nenhum outro candidato para o cargo tem.
Dois lados
Toda a vez que o governo do Estado é obrigado a lançar um programa de refinanciamento de dívidas enfrenta ações. Empresários, que renegociaram em outros momentos, ingressam na Justiça. Reclamam que a redução no percentual de juros para os devedores agora lhes é prejudicial.
É o resumo de tudo
Em 2019, o discurso de posse da primeira ministra do Reino Unido, Margareth Thatcher, completará 40 anos. Segue atual e deve inspirar os governos que assumirão em janeiro. O trecho inicial:
“Quanto do seu dinheiro deve ser gasto pelo governo e quanto você deve levar para casa e gastar com sua família? Não nos esqueçamos nunca dessa verdade fundamental, de que o Estado não gera dinheiro algum, a não ser aquele que as pessoas conseguem ganhar. Se o Estado quiser gastar mais, ele só vai conseguir isso pedindo seu dinheiro emprestado, ou cobrando mais impostos de você. Não vamos imaginar que alguém vá pagar essa conta, esse alguém é você mesmo. Não existe algo como dinheiro público, só existe dinheiro de quem paga impostos”.
Quem manda
A saída súbita dos que atuavam no Programa Mais Médicos tem várias explicações. Uma delas: o contrato com o governo brasileiro estabelecia que estariam submetidos às leis cubanas. Outra: a Constituição de Cuba permite apenas uma confederação de sindicatos controlados pelo Estado, a União Central dos Trabalhadores.
Quando manda, está mandado.
Antenas baixas
É intrigante a falta de percepção do Tribunal de Contas da União com sua imensa estrutura. Por muitos anos, os desvios se sucederam na Petrobras, na Eletrobras, no BNDES, nos fundos de estatais, nos Correios e em Furnas. Não perceberam?
Há 20 anos
A 23 de novembro de 1998, a pressão pelo agravamento da crise política, com a divulgação das fitas contendo conversas sobre a privatização do sistema Telebras, fez com que o presidente Fernando Henrique Cardoso divulgasse uma nota. Nela, aceitou o pedido de demissão do ministro das Comunicações, Luiz Carlos Mendonça de Barros, do seu irmão, o secretário-executivo da Câmara de Comércio Exterior, José Roberto Mendonça de Barros, e do presidente do BNDES, André Lara Resende.
Mudou
Chega ao fim a era em que alguns tinham uma visão muito particular sobre o dinheiro público.