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Política Locadora de carro investigada pela Polícia Federal por suspeita de fraude em cota parlamentar recebeu mais de R$ 840 mil

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Cerca de dois terços desse valor vieram apenas do gabinete de Carlos Jordy (foto) e Sóstenes Cavalcante, também alvo de operação da PF. (Foto: Divulgação/Câmara dos Deputados)

A Harue Locação de Veículos LTDA, empresa alvo de operação da Polícia Federal (PF), recebeu um total de R$ 841,9 mil oriundos de cota parlamentar entre os anos de 2015 e 2024. Segundo as investigações, a PF suspeita que a locadora tenha sido utilizada como parte de um esquema para emitir notas fiscais falsas e simular contratos de prestação de serviços, com o objetivo de desviar recursos públicos destinados à Câmara dos Deputados.

Desse montante, aproximadamente dois terços (66%) foram gastos por apenas dois parlamentares: Carlos Jordy (PL-RJ) e Sóstenes Cavalcante (PL-RJ). Juntos, os deputados utilizaram R$ 606,9 mil da cota parlamentar com a contratação de serviços da empresa. Na mesma operação, assessores ligados aos dois parlamentares foram alvo de mandados de busca e apreensão. Sóstenes Cavalcante declarou ter “convicção da lisura e transparência dos assessores”, aos quais atribuiu a responsabilidade pela contratação do serviço.

Os parlamentares contrataram serviços da Harue Locação de Veículos desde o início de seus mandatos na Câmara dos Deputados. Sóstenes Cavalcante, que assumiu em 2015, gastou R$ 299,4 mil com a empresa. Já Carlos Jordy, deputado federal desde 2019, desembolsou R$ 258 mil. Os contratos com a locadora estão sob suspeita devido às evidências levantadas pela PF.

Os mandados de busca e apreensão foram autorizados pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do caso. A operação está sendo realizada simultaneamente no Rio de Janeiro, Tocantins e Distrito Federal. Em nota oficial, a Polícia Federal informou que os crimes investigados incluem peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

As apurações iniciais da operação apontam para indícios de um esquema envolvendo agentes públicos e empresários, que supostamente teriam estabelecido um acordo ilícito para o desvio de recursos. Segundo a PF, a Harue Locação de Veículos LTDA foi usada como fachada para tais atividades ilegais.

Batizada de “Rent a Car”, a operação faz alusão ao ramo de atuação da empresa suspeita. Informações obtidas pelo jornal O Estado de S. Paulo indicam que a Harue Locação de Veículos LTDA, que opera sob o nome fantasia Mobile Rent a Car, foi utilizada para mascarar transações fraudulentas e emitir documentos falsificados, consolidando o esquema de corrupção. (Estadão Conteúdo)

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