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Lojas Americanas: diretoria fraudou balanço, indicam documentos analisados por assessores jurídicos

Relator não vê participação dos bancos, das auditorias nem dos acionistas de referência da empresa. (Foto: Reprodução)

A rede Americanas, que encontra-se em recuperação judicial, informou nesta terça-feira (13), que os assessores jurídicos da administração da empresa apresentaram, em reunião do conselho de administração realizada na segunda (12), relatório contendo achados preliminares sobre as inconsistências contábeis relatadas pela empresa em janeiro.

O documento indica que houve fraude.

“Os documentos analisados indicam que as demonstrações financeiras da companhia vinham sendo fraudadas pela diretoria anterior da Americanas”, afirma a empresa em documento enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

A Americanas cita que o relatório apresentado pelos assessores foi baseado em documentos entregues pelo comitê de investigação independente e por documentos complementares identificados pela administração e seus assessores após as reuniões com o Comitê.

Conforme a empresa, “os documentos que deram origem ao relatório, demonstram ainda os esforços da diretoria anterior das Americanas para ocultar do conselho de administração e do mercado em geral a real situação de resultado e patrimonial da companhia”.

As informações do relatório, associadas aos trabalhos de refazimento das demonstrações financeiras históricas da companhia que já vinham sendo realizados pela Americanas e seus assessores financeiros e contábeis, levaram ao entendimento de como a fraude ocorria.

Foram identificados diversos contratos de verba de propaganda cooperada e instrumentos similares, incentivos comerciais usualmente utilizados no setor de varejo, que teriam sido artificialmente criados para melhorar os resultados operacionais da companhia como redutores de custo, mas sem efetiva contratação com fornecedores.

Esses lançamentos, feitos durante um significativo período, atingiram, em números preliminares e não auditados, o saldo de R$ 21,7 bilhões em 30 de setembro do ano passado.

Entenda o caso

Em janeiro, o Grupo Americanas teve um pedido de recuperação judicial aceito pela 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, após a revelação de que inconsistências contábeis nos balanços divulgados pela companhia teriam ocultado dívidas que ultrapassam os R$ 40 bilhões.

No dia 19 de janeiro deste ano, a Justiça aceitou o pedido de recuperação judicial da Americanas, que comunicou ter uma dívida de R$ 43 bilhões, a quarta maior da história. A companhia pagava fornecedores por meio de uma triangulação com bancos, mas os pagamentos não foram devidamente dimensionados e realizados, gerando o rombo.

Ao pedir a recuperação judicial, a empresa já tinha anunciado ter instalado um Comitê Independente

O Grupo Americanas é composto pelas empresas Americanas S.A., B2W Digital Lux e JSM Global. Elas são responsáveis por marcas como as Lojas Americanas, Americanas.com, Submarino, Shoptime, Hortifruti, entre outras.

 

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