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Economia Lojas Americanas recebe injeção bilionária de capital, enquanto ex-diretores continuam na mira da Polícia Federal

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Beto Sicupira, Jorge Paulo Lemann e Marcel Telles são acionistas de referência da empresa. (Foto: Divulgação)

O Conselho de Administração da Americanas aprovou nessa quinta-feira (25) o aumento de capital da companhia. O aval do colegiado abre uma nova fase na empresa, com a redução das dívidas e uma maior liquidez na Bolsa de Valores. A operação alcançou R$ 24,460 bilhões com uma emissão total de 18,815 bilhões de ações, de acordo com a varejista.

A companhia está em recuperação judicial desde o início do ano passado, quando foi revelada uma fraude contábil superior a R$ 25 bilhões. Mas, apesar da operação financeira ter contado com o aval dos credores, os desafios continuam no radar da empresa, já que a ex-diretoria segue sendo investigada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Polícia Federal (PF) e Ministério Público Federal (MPF).

Com o aumento de capital, o trio de bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, que até então eram classificados como acionistas de referência, vai injetar R$ 7 bilhões em dinheiro na varejista para o pagamento de credores e dívidas trabalhistas. Com o aporte, eles passarão dos atuais 30,12% para 49,2% do capital social, tornando-se os controladores da empresa.

No próximo mês, eles vão subscrever mais ações, como já estava previsto no acordo com os credores, e terão mais de 50% da Americanas. Assim, o trio passa ser o grupo majoritário na empresa.

Aporte de R$ 12 bilhões

Ao todo, o aumento de capital da Americanas teve um aporte de cerca de R$ 12 bilhões pelos acionistas de referência. Desse total, R$ 5 bilhões já foram investidos na companhia. Em paralelo, os credores (os bancos) também vão converter R$ 12 bilhões em dívidas em ações da empresa. Com isso, passarão a deter 47,6% da companhia.

O maior acionista minoritário, Inácio de Barros Melo Neto, que hoje possui 113 milhões de ações e uma fatia de 12,5% na empresa, teve sua participação reduzida para menos de 1% do total. Assim, os minoritários terão, ao todo, 3,2% dos papéis. No aumento de capital, os minoritários aportaram R$ 12 milhões.

Segundo Camille Faria, diretora financeira da Americanas, a companhia consegue agora se dedicar ao operacional da companhia.

“Com essa finalização do aumento de capital, a empresa vai conseguir focar na operação. Terá mais gente remando na companhia para melhorar a operação”, explicou Camille.

Embora a empresa consiga reduzir suas dívidas com o aumento de capital, ela continuará em processo de recuperação judicial. Camille lembrou que a empresa vai continuar com supervisão judicial por mais dois anos.

Risco sacado

Com os recursos do aumento de capital, a empresa efetuará os pagamentos aos credores em geral e reduzirá sua dívida total de R$ 42 bilhões para R$ 1,875 bilhão, valor referente à emissão de debêntures. Os papéis serão negociados a partir de amanhã na B3. No próximo mês, os papéis ainda passarão por um agrupamento na proporção de 100 para 1 na Bolsa.

Além disso, fontes lembram que a Americanas ainda aguarda os desdobramentos das investigações de CVM, PF e MPF. Recentemente, o Comitê de Auditoria Independente concluiu sua investigação interna e encaminhou o parecer para as autoridades. Segundo a varejista, as evidências confirmam a existência de fraude contábil, caracterizada principalmente por lançamentos indevidos na conta de fornecedores por meio de contratos fictícios de verbas de propaganda cooperada (VPC) e por operações financeiras conhecidas como “risco sacado”.

 

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