A sensação de menos frio e mais umidade predominante desde o início do inverno deve continuar nos próximos meses da estação, segundo aponta o estudo realizado pela Climatempo. “O inverno gaúcho será mais úmido que o normal. Em razão do excesso de frentes frias passando pelo Estado, é provável que a estação seja marcada por chuvas, mas não por temperaturas extremamente baixas, que serão eventuais”, explica o meteorologista Alexandre Nascimento. Em razão disso, o comércio, sobretudo o de vestuário, já busca estratégias de vendas para alcançar crescimento durante a sazonalidade, conforme pesquisa realizada pela AGV (Associação Gaúcha para Desenvolvimento do Varejo) no início do mês de julho com associados de todo o RS.
A totalidade dos entrevistados está buscando maneiras de superar as dificuldades impostas pelo clima desfavorável tanto nas temperaturas quanto na economia. Promoções e ações de marketing são a opção de 56% dos que responderam à pesquisa. Outros 20% apostam na redução de preços para atrair os clientes. Diversificar o mix de produtos para oferecer opções além dos itens de inverno é a alternativa de 16% dos associados da AGV, enquanto, apenas 8% optaram por antecipar a liquidação de inverno. “O inverno deste ano tem tido um comportamento atípico e que não é o mais interessante para os lojistas, com o que a criatividade é decisiva para desovar seus estoques”, declara Vilson Noer, presidente da entidade.
O levantamento revela que 48% dos lojistas avaliam as vendas de outono/inverno como regulares, estimativa que deve continuar até o final da estação. A projeção de crescimento é de 5,5% em relação ao inverno de 2014, pois 36% dos comerciantes ouvidos pela AGV devem registrar um crescimento entre 5% a 10%, enquanto 24% calculam crescer menos de 5% durante o período. No ano passado, quando o varejo já sofria com a desaceleração da economia, o crescimento registrado na sazonalidade foi de 8,5%.
Uma das consequências da falta de frio é a redução do fluxo de clientes nos pontos de venda. A pesquisa da AGV revela também que 77% dos lojistas atribuem a esse fator a redução de 10% a 15% no movimento de público em seus estabelecimentos.