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Por Redação O Sul | 25 de julho de 2017
Cientistas detectaram grande quantidade de água em depósitos vulcânicos ao longo da superfície lunar, o que indica presença da substância também no interior do satélite. Esta descoberta pode impulsionar uma futura missão na Lua e muda algumas premissas sobre ela.
Os pesquisadores da Universidade Brown, nos Estados Unidos, é que sugerem que a Lua tem muito mais água em seu interior do que antes se pensava. Esses resultados, que pode impulsionar uma futura nova exploração no satélite, foi publicada nesta segunda-feira (24) na revista científica Nature Geoscience.
A equipe de pesquisadores chegou a tal conclusão após analisar uma série de dados de satélite, bem como informações de espectrômetros – instrumentos que permitem que cientistas verifiquem a presença de objetos no espaço por meio da análise do comportamento da luz.
A partir desses dados, eles detectaram a existência de água em quase todos os depósitos vulcânicos que analisaram ao longo da superfície da Lua. “O material ejetado por vulcões e que se encontra hoje na superfície lunar parece ser muito rico em água, o que sugere que o mesmo acontece no manto [a camada abaixo da crosta]”, afirma o pesquisador Ralph Milliken, um dos autores do estudo.
Esses dados foram também cruzados com as informações obtidas no material lunar coletado pelas missões espaciais Apollo 15 e 17, coordenadas pela Nasa nos anos 1970.
Durante muito tempo, a comunidade científica assumiu que a Lua era um satélite totalmente desprovido de água. Muitos acreditam também que a Lua surgiu da colisão de um corpo celeste do tamanho do planeta Marte com uma Terra que ainda era jovem. Dessa forma, o hidrogênio necessário para a formação da água não teria sobrevivido ao calor provocado pelo choque.
Essa ideia começou a mudar somente no ano de 2008, quando um grupo de cientistas da Universidade Brown detectou vestígios de água em alguns cristais vulcânicos trazidos à Terra pelas missões espaciais Apollo.
No entanto, permanece sendo uma incógnita a origem desse líquido. “Os indícios cada vez mais abundantes de água na Lua nos fazem crer que, ou ela sobreviveu de alguma maneira [à colisão que formou a Lua], ou foi trazida pouco depois da colisão por asteroides ou cometas antes que a Lua se solidificasse por completo”, sugere Shuai Li, cientista que também conduziu o estudo.
Os pesquisadores defendem que a descoberta de presença de água no interior da Lua é muito importante para um melhor entendimento da formação lunar, bem como para futuras explorações no satélite. “Qualquer coisa que ajude a evitar que exploradores lunares tenham de levar muita água de casa é um grande passo à frente, e nossos resultados sugerem uma nova alternativa”, opina a cientista.