Quinta-feira, 14 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 13 de setembro de 2024
Dois anos após fazer um espetáculo no Rock in Rio com um show histórico, Ludmilla voltou ao festival nessa sexta-feira (13). Desta vez, contudo, subiu ao Palco Mundo com um carão sisudo, de olhos aparentemente marejados.
Horas antes, a equipe da cantora havia dito que ela estava cogitando cancelar a apresentação. A organização do Rock in Rio exigiu mudanças na estrutura do palco de Lud e alegou a existência de problemas técnicos. A cantora se irritou com o festival e afirmou que desistiria do show, se a situação não se resolvesse. Horas depois, o festival informou que a apresentação havia sido adaptada “com ajustes para garantir maior segurança” de todos.
Prejudicada ou não, a cantora fez um show aquém de sua última passagem no Rock in Rio. Ainda inegavelmente muito bom, mas longe de ser apoteótico.
Minutos antes do show começar, fãs gritavam “ela veio, ela veio” em tom de comemoração. Outros riam falando “ela não vem mais”, em referência ao meme do vídeo viral de quando Lady Gaga cancelou sua participação no festival, em 2017.
Entrando no palco com 9 minutos de atraso, Lud chegou cantando uma música que parecia composta para a apresentação. Não dá para dizer se a canção foi feita antes ou após a briga com o festival, mas é fato que soou como um recado – uma indireta vingativa da artista.
O primeiro verso já diz muito sobre o tom da lírica: “Querem me derrubar, planejam o meu fim só pra ver eu sangrar”. No restante da letra, a cantora debocha de quem a critica, inventa mentiras a seu respeito e, sobretudo, desacredita de seu potencial. A música também celebra a trajetória da artista e menciona conquistas como seu troféu Grammy.
Em seguida, a cantora entoou os funks “Rainha da Favela”, “Onda Diferente”, “Verdinha” e “Sou Má”. Ela vestia um conjuntinho sexy: uma minissaia e um top de renda brancos. Depois, trocou o look para um top de futebol americano e outra minissaia.
Lud convidou MC Daniel, com quem lançou “Não Para”. Após cantarem, o funkeiro elogiou a amiga. “Mulher preta, de periferia”, disse ele, acompanhado por aplausos do público. “Tem que respeitar.”
A apresentação de “Maldivas”, no entanto, não teve a participação já tradicional de Brunna Gonçalves, esposa da artista. Quase sempre, as duas trocam sarradas, beijos e carícias românticas durante o momento. Mas, desta vez, foi o público quem cantou o verso “me bate, Ludmilla”. A mudança na performance causou frustração.
Os elementos sol, eclipse e lua foram a base temática da apresentação de Lud. A proposta, segundo ela, era mostrar seus tópicos “íntimos como força, resiliência, dor, sofrimento e insegurança”. Foram exibidos trechos de reportagens sobre eventos celestiais, com Lud como a grande a estrela da noite.
Ela cantou músicas de diferentes fases, de “Fala mal de Mim” (quando ainda era MC Beyoncé), a “Sintomas de prazer”. Também acrescentou no setlist faixas de outros artistas como “Snooze”, da americana SZA, e medleys de hits do chamado funk putaria, sobretudo os dos anos 2000.
A régua de shows de Lud é bem alta, sobretudo devido à sua participação na edição de 2022, marcado por uma sequência de momentos catárticos que provocaram uma apoteose generalizada no público. O show desta sexta, porém, passou longe de alcançar o feito.